terça-feira, 16 de junho de 2009

ANHANGUERA MON AMOUR: PRELIMINARES

Entre São Paulo e Ribeirão Preto os impostos estaduais que se pagam para a manutenção rodoviária não valem. O que vale mesmo é o pedágio, aliás, os pedágios. São oito, distribuídos ao longo de três trechos confiados aos cuidados de três empresas: Autoban, Intervias e Autovias. O custo do pedágio supera os quarenta reais na ida e na volta. Plus combustível. Entre um pedágio e outro há uma média de 20 quilômetros, em geral não tem filas e a rodovia é em ótimo estado de conservação. Em alguns trechos há até placas indicando o uso experimental de asfalto de pneus velhos. Há um monte de postos de atendimento aos caminhoneiros e aos usuários. Com efeito, caminhão é o que mais tem e, em geral, representam o lado “loop da morte”, especialmente no sentido Ribs-Sampa, na área do parque de Vassununga: ali a descida é íngreme, eles passam ao meu lado aos 140 por hora. Legal, especialmente à noite, para quem gosta de fortes emoções. Andar pela Anhanguera pode provocar muita adrenalina. A estrada é reta, só sobe e desce, e sobe, e desce, e sobe e desce... Em volta só tem cana. Teria tudo para você dormir... Mas graças aos caminhoneiros, isso é impossível. Eles tornam tudo muito mais agitado. São milhares, e às vezes é possível parar duas horas debaixo do sol escaldante, quando um deles deixa o rastro de sua carga na pista. Uma vez fiquei duas horas esperando os bóias frias retirar toneladas de laranjas da estrada. Também, há um bocado de policiais à espreita, atrás da árvore, que aproveitam o embalo dos motoristas para reerguer as finanças do estado. As obras na pista são freqüentes, as três empresas se esmeram em mostrar como o dinheiro arrecadado nos pedágios é utilizados. Por exemplos, é gasto em alegres cones listrados, brancos e laranja. Não, juro, é bonito ver que sempre tem cones novinhos. Provavelmente são descartáveis, nunca se reutilizam. Os cones servem para estreitar a pista e enfeitá-la. Como a pista fica mais estreita, você anda mais devagar, para poder admirar as atividades intelectuais de manutenção. Em geral depois de uns dois quilômetros de estreitamente, estão os operários, reunidos em meditações sobre o que há de ser feitos. Também, podem estar lanchando, almoçando ou descansando. Acho que aguardam que os carros passem, para retomar o trabalho.

À noite, é possível encontrar misteriosas figuras que andam pela rodovia. A pé, no escuro, quase invisíveis, e nunca entendi de onde vêm e para onde vão, já que aparecem em lugares distantes dos centros urbanos. Há também um bom número de moças & mulheres “profissionais do chiclete”, que animam a corrida acenando para que todos possamos compartilhar os mistérios da mastigação.

Um comentário:

  1. é rir para não chorar!!! huahahauahuahau XD
    O mais trite de tudo é que como vou para Sampa de Ônibus, sempre, nunca posso apreciar essas maravilhas da auto-pista!!! Brincadeira...! Mas...depois de dirigir mais de 3 horas em Minas para percorrer pouco mais de 100km....o capitalismo fala mais alto!!! ^^"

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