segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

COTURNOS E LEMBRANÇAS



Encontrei, finalmente, os coturnos que mais amo, os verdadeiros e únicos, os Docs Martins. Comprei. Como sempre, o preço assusta, mas eu sei que se trata de um investimento, pois mesmo usando-os intensamente, chegam a durar até 10 anos. 
Amo estes coturnos. Desta vez, comprei bordeaux, não tinha pretos, mas já estou apaixonada. Quando era jovem, eram um mito. Eram um símbolo, algo muito marcante, em termos ideológicos. Representavam uma escolha de campo. Originariamente, eram os sapatos dos trabalhadores ingleses, mas acabaram sendo adotados como símbolo político. Não de direita ou esquerda, não, mas de classe. Apesar do precinho pouco amigável, os coturnos assim representavam o proletariado. Em oposição clara aos coturnos da Timberland, que eram os sapatos burgueses. Vai vendo...

domingo, 13 de janeiro de 2013

SOU GRINGA, NÃO BURRA!

Uma coisa me deixa muito muito cansada: que um monte de pessoas achem que, somente porque você é gringa, o dinheiro nasce entre seus dedos milagrosamente. Bom, queria deixar aqui registrado que não é assim. Sou o resultado de políticas econômicas e trabalhistas que, no país de onde eu venho, obrigaram muita gente com seu diploma universitário a sair em uma nova onda de emigração, que começou na década de 1990. Dito isso, quero que fique claro: não venho com apêndices de dinheiro, o que tenho ganho trabalhando & ralando como qualquer outro ser com boas capacidades cognitivas. Portanto, esta idéia de que chegou a gringa, vamos depena-la, devo dizer que tende a me afastar do convívio social por não agüentar esta mistificação.
Em segundo lugar, acho que tenho uma mentalidade afetivo/mafiosa muito grande. Deixem-me explicar: já ouviram o dito "para os amigos tudo, para os inimigos a lei"? Eu tenho uma elaboração disso, que me afasta da idéia de que eu separo meu "profissional" de meu "pessoal" de uma maneira que deve ser muito gringa, pois ultimamente não a vi nada nada compartilhada pelas terras blackstreaminianas.
Isto é: SE.
SE uma pessoa que NÃO conheço me pede algum serviço ligado ao meu profissional, o que eu faço? O melhor serviço possível.
SE uma pessoa AMIGA me pede algum serviço profissional, o que eu faço?
O SERVIÇO QUE FARIA PARA MIM MESMA.
Com certeza, não faria pior do que se uma empresa, ou uma entidade digamos "anônima" me contratassem.
Por que? Porque a pessoa amiga é também curtição além do trabalho, ocupa também meu tempo livre, é troca de carinho e de idéias. Porque os amigos são uma parte fundamental de nossa alimentação espiritual.
PORTANTO: quando uma pessoa amiga coloca com muita clareza que NÃO mistura amizade com profissional, para  mim é uma "traição", pois é exatamente em nome da amizade que ganhou minha "contratação", apesar de afirmações que, em termos de "retrato profissional" se manifestaram como ALERTAS bastante ruidosos.
Tipo: se não fosse amiga, vocês contratariam uma pessoa que diz o seguinte?
"Para que me esforçar para um dez, se um sete é suficiente?".
Bom, comigo, que trabalho na profissão que lida exatamente com notas, pelo resultado de não misturar a amizade com o profissional, a pessoa amiga que contratei para fazer um serviço não somente profissional, mas na base da amizade, depois de inúmeros problemas que surgiram e obtiveram más respostas ou nenhuma resposta, não somente não chega a sete, mas nem  sequer a cinco, nota mínima para a aprovação....