domingo, 27 de setembro de 2009

POETICA/MENTE

Em uma quente noite de fogos, sentei na beirada das coisas e olhei o mundo em sua dança desenfreada. Algo dionisíaco aconteceu às margens das santidades melífluas das palavras adocicadas que os padres pronunciaram. Pensei... POETICA/MENTE enquanto as chamas me cercavam.
Nessa noite cristalina de verde queria sentar entre os rochedos queimados, para meus olhos alcançarem o horizonte e nele descansarem, entre a luz e a escuridão.
Sentada, vestida de sal, minha pele se torna pluma de gaivota.
Que meus cabelos sejam cobertores, no frio do vento.
Que minha boca seja terra fértil.
Meus olhos se tornem velas na escuridão dos caminhos do bosque.
Que minhas mãos calejadas recebam a chuva
batendo suavemente,
deixando fragrâncias
que levarei comigo onde a luz começa!

domingo, 20 de setembro de 2009

PERDI TODO O JUÍZO/ESTOU FORA DA GRAÇA!!!!


Bom, estou atrasadíssima, com a postagem dessa semana. É que nem sempre a gente consegue se concentrar no que é fútil & inútil... E essa semana coisas "da pesada" aconteceram.
Tipo: tirei quatro dentes de uma vez só, e minha boca está amarrada com um monte de pontos de naylon, que me machucam a parte interna da boca. Além, é claro, de todas as dores "reflexas" nos outros dentes, os que sobraram... Semana retrasada, sempre para minha máxima diversão, fui colocar um implante, e aí foram outros pontos de naylon provocando feridas em minha boca... Venhamos & convenhamos: ninguém é dentista por prazer, somente a grana pode fazer com que uma pessoa bote as mãos na boca de alguém! Então, com essa situação, meus neurônios ficam "presos" também.
Ma quero aqui adiantar: os candidatos ao prêmio "TAPIR DE LATA" para vendedor feliz (de não vender) andam acrescentando uma lista já bem longa. Vou antecipar, aqui, lojas & lugares cujos vendedores fazem questão de recusar vendas, apesar de você mostrar o dinheiro/cartão de crédito válido/talão de cheque. Lugares que pretendo BOICOTAR aqui em Black Stream:

Lojas Siberian (roupas, no Shopping Saint Iursulah e Ribeirão Shopping)
Lojas Luigi Bertolli (roupas, Shopping Saint Iursulah)
Lojas DPaschoal (pneus, Av. Francis Junqueirah)
Lojas Genius Vídeo (Lá em cima, perto da 13th of May).
Carrefour (Via Norte)
Vamos lá, votem o vendedor que merece o TAPIR DE LATA!!!!

O Vendedor Feliz!!!!! Eis meus cases, ofereço aqui o manual de auto-ajuda para trabalhar sem esforço e ganhar o prêmio!!!
1) SIBERIAN
Lá vi uma blusa, um dia. Uma daquelas das três Bs (ou quase), boa, bonita & barata.
Entrei e pedi para ver o produto. A vendedora disse que tinha acabado no estoque. Muito bem, eu queria ver aquela da vitrine. Resposta: NÃO POSSO VENDER PARA A SENHORA O QUE ESTÁ NA VITRINE. Surpresa, perguntei como podiam expor algo que não estava a venda. Não obtive resposta. Aí, fiz uma pequena enquete entre amigas, e tentamos algumas hipóteses.
a) A vendedora já alcançou sua meta de venda, acima da meta o dono da loja não paga suas vendedoras. Isso significa que já está ganhando demais, ainda que em tempos de crise...
b) Aquele produto barato não está a venda, só serve como espelhinho para atrair clientes. Nesse caso, porém, não houve oferta de algo que substituisse o produto e que alguém me oferecesse.
c) As vendedoras são muito ricas.
Depois de alguns dias, vi o mesmo produto na loja da mesma franquia, em outro lugar. A história se repetiu, sem mais nem menos. Note-se a mentira: em ambos os casos, as vendedoras falaram que o que está na vitrine tem que ficar quarenta dias exposto, ainda que não tenha o produto na loja. MENTIRA: uma semana depois, a vitrine mudara....
Frustrante, no mínimo.

LUIGI BERTOLLI.
Adoro uma liquidação. Especialmente se o produto é algo que quero e sai bem em conta. Entrei e procurei algum vendedor/vendedora. Não havia ninguém. Decidida, procurei nas araras, sozinha, e encontrei o que queria, mas do tamanho errado. Fui até o caixa, para perguntar. O mocinho, sem nem olhar o produto, olhou para minha cara e disse: OLHOU BEM NA ARARA? SE TIVER, A SENHORA ENCONTRA.
Muito bem feito, parabéns pela gentileza & disponibilidade com os fregueses...

DPASCHOAL.
Quem usa pneus de um certo tipo, sabe que tem que encomendar, pois são um pouco mais "difíceis". Acontece que os carros têm 4 (QUATRO) rodas... então: POR QUE OS CARAS SÓ ENCOMENDARAM 3 (TRÊS) pneus? Por acaso acham que a gente anda de triciclo?????? Mudem já, boicotem a estupidez!!!!

GENIUS VÍDEO
Essa, realmente, é uma loja que NÃO faz jus ao nome... Fui lá, e não teve jeito de fazer cadastro como dependente do titular, sabem aquela coisa que outra pessoa pode retirar o Dvd? Pois não é suficiente ter comprovante de endereço, R.G., C.P.F. Se você tentar cadastrar alguém como seu "dependente" para locar um Dvd, boa sorte!!!! Tem que ser
a) residente na cidade
b) parente de primeiro grau
c) o escambal a quatro...
Francamente, vou apoiar a pirataria, piratear um mundo de filmes.
Nem para comprar um imóvel é tamanha frescura! Quanto zelo, policial, só falta pedir atestado de antecedentes criminosos!
Para não falar que em outra loja da mesma franquia já fazem reconhecimento de digitais... Menos C.S.I. e mais bom senso seria bem vindo... sem precisar ser GÊNIO!!!

CARREFOUR
Aqui, então, as boas maneiras no trato com quem vai gastar dinheiro ficou lá atrás, em algum treinamento esquecidíssimo...
Entrando com minha micro-mochila, tamanho bolsa, não uma MOCHILA GIGANTE MUTANTE, daquelas pequenas MESMO, o rapaz metido a Guarda Carcerária da entrada, assim falou (que nem Zarathustra): HEI, VOCÊ AÍ, NÃO PODE ENTRAR COM AQUILO!
Nada de "por favor", isso é fora de moda, isso é coisa de quem acha que freguês têm alguma relação com o emprego dele, claro!!!!

CHEGA!!!!!
Estou tão furiosa com esses tratamentos, estou com tanta dor na boca (ESTOU MUUUUUITO de mau humor, dá pra perceber???) que resolvi mesmo botar os nomes dos lugares e espero, muito sinceramente, que esses fantásticos vendedores sejam muito bem premiados e reconhecidos como merecem... de minha parte, não vão me ver nem pintada de ouro e faço questão de escrever e dizer claramente nomes e fatos desses lugares.
AJUDEM A FdP a encontrar outros candidatos, que assim a gente organiza uma bela de uma festa digna da pseudo revista auto comemorativa das quatro famílias donas da cidade (VIDE &) REVIDE, com fotos dos premiados com o TAPIR DE LATA!!!!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

DIARRÉIA ACADÊMICA.


Algumas “notas acadêmicas anarquistas”. Não, não no sentido da história do anarquismo, ou o anarquismo na literatura, não. Anarquistas no sentido de não quererem se constituir como corpus que pertence a um campo. Se eu escrevo sobre literatura brasileira, não deveria eu ter um “repertório” teórico, possivelmente atrelado às Letras, como Estudos literários / Teoria do romance / Semiótica literária? Ou, de repente, descobre-se que meu campo de pertencimento é, em sentido curricular, de vertente mais histórica, então: não deveria eu estar a par de todos os repertórios teóricos e linhas de trabalho e de pesquisa da história econômica, social, de gênero, colônia, império e debate teórico? Acredito que sim, se eu quisesse definir, colocar uma fronteira ao meu objeto de estudo nesse texto. Mas, por acasos da vida, que não vêm aqui considerar, minha especialização é em assuntos gerais (e, freqüentemente, aleatórios), amplos e irrestritos, uma verdadeira orgia enciclopédica na qual, às vezes, paro e penso: sei muito, nada muito bem. E aí, recomeça a busca de aprofundamentos, mas sempre em assuntos gerais: de repente, uma necessidade de entrar em uma livraria. Em geral, escolho as estantes das Ciências Humanas: filosofia, sociologia, história, comunicação, estudos literários, antropologia são, por mim, cuidadosamente exploradas, em busca de algo “esclarecedor” sobre a minha última leitura. E quando encontro, aí está uma nova dúvida, e o ciclo recomeça, até uma nova crise de terror em que minha vacuidade me assombra... Nas palavras de Machado: “Meu nome é Veleidade”, enfim aqui vou eu, d. Benedita do século XXI. Oriunda de um mal estar acadêmico que me persegue desde que comecei a enxergar alguns mecanismos perversos da universidade, que já está no limite de sua explosão, mas que nunca explode, porque descubro que, em todo seu mecanismo infernal, dilacerada pela dúvida se o intelectual deve ou não ter patrão, em um mundo de Mercado, com a decadência do setor público, ainda assim, essa academia resiste, porque suas fundamentas foram se estabelecendo em um mundo e em um meio que se caracterizava por ser intelectual e por deter uma fatia interessante de poder, a Igreja do mundo medieval. As etapas, as hierarquias da carreira acadêmica se traduzem em práticas nas quais a modernização não teve sucesso. Por sua natureza, a Universidade é anticapitalista: quando a academia nasce, nasce como centro intelectual oferecido pelos mais tenazes concorrentes do lucro: os teólogos medievais, personalidades que teorizam a busca do conhecimento de Deus como aspiração suprema. O lucro é discutido, nas salas universitárias, somente em relação ao pecado e à salvação. Ser professor universitário, nos tempos áureos da Escolástica medieval significa ter status, influência e, portanto, poder. Poder “social”, não “político” (a política, na Idade Média, não é um espaço identificável com seu desenvolvimento moderno), não econômico. Horizonte medieval que sofre os golpes do mundo mercantil na baixa Idade Média. As exigências do mundo urbano transferem demanda nova ao conhecimento: muitos são os estudantes que encontram nas instituições os princípios, fundamentos teóricos de suas práticas (Certeau), especialmente nos estudos desenhados por Hugo de São Vitor já no século XII. Ele estruturou um novo curriculum que, além das tradicionais artes do trivium (gramática, dialética e retórica) e do quadrivium (aritmética, música, geometria e astronomia) incorporava também as exigências “práticas” do mundo mercantil e urbano: as artes mecânicas (fabricação da lã, armamento, navegação, agricultura, caça, medicina, teatro). Como se vê, a universidade nunca perdeu a prática de refletir sobre as necessidades dialéticas do conhecimento. E este, é o lado bom da tradição. Infelizmente, a academia herdou alguns “problemas”: muitos de seus representantes pararam de pensar em seu papel na sociedade, restringiram seus objetivos à repetição do que já existia, sem a capacidade de corresponder dialeticamente às exigências da sociedade. No mundo medieval havia muita clareza sobre o que é pecado. Todos são pecadores, alimentam as chamas do Inferno, alguns se arrependem, e vão ao Purgatório. Poucos chegam diretamente ao Paraíso. E os pecados capitais são sete, como sete são as virtudes. Ninguém escapa desse esquema, é base reguladora e medidora das relações sociais medievais. É a partir da elaboração dos conceitos de Pecado e de Salvação que se eliminam os inimigos. Então, quem mais os conhece, os teólogos, os estudiosos, se propõem a decidir o “certo” e o “errado” no mundo. Para isso, na universidade medieval, corre-se o risco de pecar por vaidade e orgulho, pecados que não fazem bem ao curriculum no dia do Juízo. Por outro lado, geralmente a relação comum entre estudantes e professores se dava em sala de aula, em um espaço específico dessa “rota” do poder/saber: infelizmente, o que a história da cultura e do saber considerou esquecível, a própria história é obrigada a lembrar nas punições daqueles que foram dignos do Inferno de Dante, não com os espécimes punidos pelo pecado do orgulho, mas sim como sodomitas e hipócritas: os professore universitários. Lembremos que o acesso aos estudos universitários era limitado aos homens. O panorama do saber, portanto, no que é academia da baixa Idade Média e no Renascimento, é criticado. Todavia, os críticos pertencem às suas fileiras, ou pelo menos, nelas se formaram. São a primeira leva de humanistas, seguidas pelos intelectuais do Renascimento e do Estado Moderno.

A universidade formou pensadores do Estado Moderno, ou seja: os inimigos da Idade Média e de suas estruturas do antigo regime: mas ela própria, insigne representante dessa Idade Média, sobreviveu e se reformou, mantendo a base nas características discursivas e nas práticas intelectuais anteriormente estabelecidas. Os debates atuais apontam para uma derrocada rápida de alguns baluartes da sobrevivência de uma autonomia intelectual, pela qual as Universidades lutaram na Idade Média: não haverá espaço, no Mercado para se pensar sem “tutela” patronal? Quem exercerá, nessa situação, a crítica necessária aos poderes, não só pela sua derrocada, como pelo seu sucesso?

As crises não são somente materiais: faltam recursos, ou melhor: o mecanismo para obtê-los é viciado
e obsoleto. Por outro lado, às vezes, temos a gratificação de crises de natureza teórica: nesse mundo em busca de padronização, há um conflito entre super-especialização e trans-especialização, definindo, com isso, a possibilidade de se colocar nas áreas de fronteira entre campos do conhecimento. Nas áreas de fronteira, as pessoas são, facilmente, “bilíngües”. As trocas, em momentos de paz, são favoráveis e enriquecedoras.

sábado, 5 de setembro de 2009

EM TEMPOS DE CRISE...

Ideias para um best-seller:
ESCREVER UM MANUAL DE AUTO-AJUDA.
O gênero tem lá sua história. Sempre pensei que a Ars Amandi de Ovídio fosse um manual.
O manual dos generais, conquistadores e imperadores inteligentes, na antiguidade, era o De bello Gallico. O cristianismo oferece um vademecum exemplar no Cura Pastoralis de Gregório (que nome mais grego, para um papa romano, em tempos de grande cisma...).
Conheço um manual propedêutico à leitura e aos estudos universitários, a Arte de ler de Hugo de São Vitor.
Depois, vêm dois manuais para seguir carreira na corte & na função pública; o Cortesão, de um lado, e O Príncipe, do outro.
A partir daí, a auto-ajuda se "vulgariza", no sentido popular do termo. Talvez porque se contamine com outro gênero literário, esse sim, bem "popular", o Almanaque. Para se ter uma ideia, no almanaque, até hoje, a gente aprende um monte de coisas bem práticas, sobre quando engarrafar os vinhos, quando a lua cresce & aparece, o que semear na época, os santos aos quais recorrer a cada dia e, finalmente, a astrologia. Essa sim, que é importantíssima, em qualquer almanaque de respeito, em todas as épocas. Essa astrologia, vontade de futuro sem incertezas, prática condenada pela igreja e, ainda assim, presente na maioria dos jornais até hoje, ainda vende, vende, vende...
Ao lado de todas essas "ajudas" para sobreviver melhor a cada dia, havia a parte "profética" da Astrologia de Almanaque: nem todos sabem que um dos livros "referência" quando as Grandes Urucas acontecem no mundo, as centúrias de Nostradamus, nada mais são do que uma coletânea de "visões" que o dito cujo escrevia para ganhar seu pão exatamente nos almanaques. Ele era medico, formado em Montpellier, amigo de juventude daquele Rabelais que, infelizmente, por ter escrito uma grotesca & maravilhosa história de gigantes, tão escrachada & provocadora de risos, acabou bem mais distante do sentir "popular" do que São Nostradamus da Uruca Perpétua.
Bom, voltando à auto-ajuda: ela, então, nessa mistura com os almanaques e com a grande força "reprodutora" & "barateadora" da imprensa, acaba se FIRMANDO FIRME (bem firme mesmo, para reforçar a firmeza do gênero) nos livros de modelos, onde se ensina, sei lá: a dançar, a usar espadas, a cortar & costurar e, também, a se comportar na nova "civilidade" cada vez mais barroca: eis o Galateo aparecer para se multiplicar em infinitas formas de receitas, padrões, modelos, esquemas, dicas & soluções definitivas para melhorar sua vida/relacionamento/trabalho/jardim/saúde/humor.
Todas receitas infalíveis, especialmente para seus autores, que já ganharam e ganham FORTUNAS nesse gênero trash que se origina entre almanaques, profecias (celestinas ou pseudo-orientais) & sonhos de uma vida "cortês".
Pois bem, já que o gênero vende, e vende bem, eu quero entrar na onda e descolar um dindin também, pois nem é necessário possuir grandes habilidades linguísticas: é suficiente um vocabulário de mais ou menos 150 palavras, conjunções inclusas. Conjugação verbal: só se for do futuro, esqueça o seu passado, deixe de pensar no seu inferno!
O gênero vende porque, apesar de sempre ter uma receita infalível (para quem, resta ver...), a Grande Uruca CONTINUA a nos assolar. E assim, a cada nova publicação reacende-se, luminoso, o neon do grande outdoor da ESPERANÇA.
Com essas reflexões, resolvi também entrar no mercado da auto-ajuda e oferecer um novo título. Depois de
O monge e o executivo (best-seller no craque do banco Vaticano na época?)
Quem robou meu sabonete/shampoo/condicionador/desodorante (editora L'Oreal, Paris)
O vendedor Tubarão/Tigre/Rottweiler & outros bichinhos de estimação mais ou menos próximos da gente
& outros manuais de perfeitos vendedores, eu tenho um título também, MUITO, MUITO Original:
O VENDEDOR FELIZ.
Dedicado aos vendedores que não querem vender.
O livro vai oferecer uma série de CASES, como qualquer livro de auto-ajuda de respeito.
E também algumas profecias. Daquelas inspiradas no sucesso de Nostradamus. Que tanto encontra o gosto popular de todas épocas.
O manual tem dedicatórias especiais, aos que me ensinaram essas técnica de vendas tão importantes e fundamentais para o sucesso de lugares como o Saint Ursula (pronuncia Iursulah) Mall (altíssima rotatividade de lojas: dois, tês meses, depois, vai ver pelos lucros astronômicos, as lojas fecham).
Atualmente, o lugar apresenta 80% de espaço fechado "por reforma". Na entrada, uma mistura de jovens querendo ser deprê (entre "emos" e "gótico" uma dezena de adolescentes simpáticos e sacados o suficiente para eleger o Saint Ursula (pronuncia Iursulah) como lugar de depressão infinita). Já teve casos de suicídios, lá dentro.
Bom, fui lá, confesso, umas vezes, SIM! Fui, porque é perto, quando estou por lá. Fui, porque a livraria sobrevivente do Saint Ursula (Iursulah!!!!!) é pequena, mas boa. Destinada a falecer, temo. Mas eu sou uma pessoa que se esforça para que sobreviva, "financiando" sua existência em troca, somente, de alguns livros.
No Aterrador Térreo do Saint (I)ursula(h) há uma MISTFICAÇÃO que preciso MESMO assinalar: a Capelinha de Saint (I)ursula(h).
Com direito à estátua.
Reza uma pessoa de cada vez, se quiser, na vetrine da Capela. Quando se fala em espaço íntimo como interioridade! Esse lugar permite "revelar" o recolhimento, a interioridade aos que passam, olhando para as vitrines. Aquele que reza também será visto...
Bom, e a MISTIFICAÇÃO? ONDE ESTÁ a MISTIFICAÇÃO? Simples: Saint (I)ursula(h) era uma sueca que fizera voto de nunca mais se lavar, e pretendia conversar a sério com os poderosos com base nesse pressuposto. Não deu certo, e acabou mártir. Estamos no século XIV.
ATENÇÃO, agora, para a MISTIFICAÇÃO da capelinha do Saint (I)ursula(h)!!!!
Há uma legenda, debaixo da Santa. Que fala de uma tal de (I)ursula(h)...
só que, só que....
MILAGRE DE TRANSMUTAÇÃO, DE TRANSFORMAÇÃO, DE TROCA DE IDENTIDADES!
Le-se a história de uma jovem russa, que quando a Russia virou U.S.S.R, C.C.C.P, enfim, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, bom, quando "os comunistas" fizeram a revolução... Encontrou seu martírio, pois era amiga/próxima daquela gentalha que era a família do Czar & todos os vampiros da nobreza que, para esquentar seus salões para as festas botavam os camponeses, ainda ligados ao sistema feudal da corvée, em fila, descalços na neva, para levar a lenha à suas lareiras. Nada justifica os crimes de Stalin, mas por favor, dá para maneirar na MISTIFICAÇÃO pseudo-religiosa?
Momento de CHOQUE & REVELAÇÃO para a FdP: É UM SIMULACRO! NÃO É ELA!
CUIDADO! NÃO É SAINT (I)URSULA(H)!!! A jovem honrada na capelinha da Santa não é nem Santa... LIGUEM PARA O PROCON, que Saint (I)ursula(h) em Black Stream chegou via Paraguay, e
QUEM NÃO SABE ACABA COMPRANDO uma (I)ursulah no lugar da verdadeira, original. Como comprar um fogão qualquer ao invés de Brastemp...
Concluindo, que já por hoje me cansei: vai ter uma prévia do manual de auto-ajuda por aqui, nos próximos dias, se alguém quiser aprender a receita para a felicidade do vendedor, fiquem sabendo...
Bjs da FdP.