terça-feira, 15 de junho de 2010

POST FORTEMENTE SURREAL. NÃO LEVEM MUITO A SÉRIO...

Pessoal, vamos rir um pouco mais e dar poder à imaginação? Vivemos no meio de burocracias impossíveis, em que temos que ficar enjaulados em vocabulários cada vez mais pobres. O bom das palavras reside em suas polissemias, na possibilidade constante de reinventar seus significados. Acrônimos, então, nem se fala: quantas vezes, perplexos, tentamos entender o que aquela longa fila de letras maiúsculas escondem? Por exemplo, o acrônimo USP pode ser
1) Universidade Sol & Praia
2) Unidos Sempre Perderemos ou
3) Universo Sem Pensamento.
A opção três é, sem dúvida, a que mais se aproxima da realidade.
O acrônimo CO, dentro da USP, significa Conselho Universitário (acreditem se quiser, é que o uso das iniciais das duas palavras não ficaria nada bonito, concordam?).
Bom, acontece que no meu lugar de trabalho estamos passando por mudanças que obrigam a escolher um acrônimo. Qual vocês acham que pode ser o acrônimo de um
Departamento de Educação, Informação e Comunicação?
(10 segundos para responder)
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Se vocês responderam DEIC...... Parabéns, vocês acertaram!
Quando soube, eu ri. Ri, porque todos sabemos que é o acrônimo do Departamento Estadual de Investigações Criminais.
Um nome ambíguo, que em algum momento perturba, por ser carregado de memória "pesada".
Não é exatamente um acrônimo divertido. Mas, fazer o que?
Tivemos um problema muito engraçado com o acrônimo de um centro de pesquisa, que foi chamado.... CRAP!!! Na época, eu ri do mesmo jeito, pois meu inglês não está tão ruim, e crap nada mais é do que "dejeitos", "fezes". Resumidamente, nosso acrônimo correspondia à palavra cocô.
Nada mal, para um lugar de pesquisa.
Bom, como nenhum dos meus colegas se ligou no inglês, tivemos que esperar um pouco, para que o lugar fosse renomeado, passando a se chamar pelo acrônimo CRIPE. Mas, para mim, sempre ficará marcado pelo nome anterior. De nome, faço questão de esclarecer, MAS NÃO DE FATO.
DEIC, eu concordo, é um acrônimo péssimo. Não é nada criativo...
Pessoalmente, eu preferiria DECID, Departamento de Educação, Ciência da Informação e Documentação, que à pergunta "de que departamento você é?" responderia "Decide!", oferecendo ao interlocutor a possibilidade efetiva de decidir, escolher sem jaulas... Seria um acrônimo bem surreal, simpático, em que a ambiguidade cresce desmedidamente.
Ninguém, porém, acatou essa proposta, ou levou a sério. Sei lá porque, será que falta humor na acadêmia? (A resposta certa a essa pergunta RETÓRICA é SIM!).
De qualquer maneira, a proposta desse nome estúpido ainda deve passar pelo CO (Conselho Oniversitário, que ainda não foi renomeado com as letrinhas certas... que hipocrisia, heim?), e muitas metamorfoses até lá devem acontecer.
Pessoalmente, não me preocupo muito.
Palavras são poderosas, mas o grande barato é saber como transforma-las, ressignificá-las. Discordo de quem diz que DEIC não deve ser usado, porque remete ao mundo policial. E daí? Será que por isso é proibido? Será que temos medo de enfrentar a história e a memória, desmontando suas mazelas, contando o que elas representam, ao invés de esconder os esqueletos no armário? Independentemente disso, uma discussão que encontra seu lugar mais apropriado na academia, e não nesse blog, vamos às potencialidades lúdicas do acrônimo.
Pelo que pode ser feito com os acrônimos, pela força da imaginação, que em algum momento tem poder, se assim decidirmos, essas letras podem indicar:
1) Divindades Extremamente Iradas Correm.
2) Domínio Encantadoramente Invadido por Cachorros.
3) DECIDIDAMENTE ESTÁ IMPOSSÍVEL CONVERSAR.
Francamente Feliz Cantarei Livre Rindo Positiva nada mais é do que FFCLRP, minha faculdade.
Despistar Filas Movediças é o DFM, meu departamento atual.
E eu sou uma FdP, acrônimo muito ambíguo de Fada de Preto.
Viva os calembours!
Viva Oulipo!
Viva o surrealismo!
Mais DADA e menos DADOS!

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