segunda-feira, 7 de junho de 2010

NADA A DIZER


Estou em firme e franca crise criativa. Nas últimas semanas, urucas espetaculares me assombraram. Minha sala de trabalho pegou fogo. Literalmente. Estava eu almoçando, quando me ligaram, dizendo que labaredas saiam pela janela. Corri de volta e encontrei gente enegrecida pela fuligem, minha porta arrombada e tudo coberto por uma coisa preta e gordurosa. Uma beleza, tive que mudar de sala, fui para outra que é a metade do tamanho. Não se sabe quando voltarei para a outra sala. No dia seguinte, peguei a estrada para Capital City e fiquei presa no transito, na saída de Black Stream: uma carreta tombou e atravessou a pista. Ainda, estou com gripe. Para completar o quadro, emperrei na produção de um artigo. Não consigo encerrar o escrito. E, até conseguir, parece que tudo para. Quero dizer, estou com prisão de ventre produtiva. Intestino criativo preso. No final de semana tentei passar de fase no videogame, mas não consegui de jeito nenhum. Meu cachorro vomitou e cagou as tripas durante a noite, ontem. Tudo muito objetivo, come se pode ver, nada de melancolia espiritual. Me falta qualquer inspiração, diante do meu nariz entupido, da minha garganta que arde, além de uma maravilhosa, gigantesca e muito dolorida espinha na orelha, daquelas que nem dá para espremer com gosto porque é debaixo da pele. Estou me sentindo frustrada por essa maldita espinha. Sexta feira fui à livraria e sai somente com livros "de trabalho". E agora tenho que enfrentar, para melhorar meu humor, coisas que no título tem palavras hostis como "capital", "redes", "trabalho"... E, para completar, é segunda feira em uma sociedade de massa. Ou seja: mesmo que eu expresse algum tipo de ódio pelo mundo, o mundo nem está aí. Nem essa tristeza cósmica se transforma, sei lá, em poesia. Tipo Sylvia Plath. Deprimida, deprimente, mas belíssima. Mmmm... talvez não tenha sido uma boa idéia, pegar na mão os poemas da dita cuja, nesse estado...

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