terça-feira, 12 de janeiro de 2010

COISAS DE GLOBALIZAÇÃO

Ontem tive uma agradável conversa sobre globalização dos mercados. Conversa cuja conclusão foi: é tudo uma grande balela. Ela funciona somente quando alguém que não é o simples cidadão qualquer faz ela funcionar. Para as pessoas comuns, além de algumas "agilidades" técnico/tecnológicas, unicamente voltadas para que gaste, gaste e gaste ainda mais, nada tem de muito novo. Já na Idade Média, a bem ver, existia, por exemplo, um jeito mais simples de se viajar sem carregar caixas de moedas. É do século XIV, mais ou menos, de fato, a invenção dos antepassados dos cartões de crédito: chamavam-se de "cartas" de câmbio e, grosso modo, funcionavam da mesma maneira. Uma pessoa que quisesse (e tivesse possibilidades financeiras, claro!) ir da Itália para, digamos, Flandres, não precisava se deslocar com a grana. Entrava na filial de algum banco (por exemplo, o Banco Mercantil da família Médici, que se tornaram os donos da cidade de Florença e de muito mais, inclusive fornecendo vários papas ao mundo...), entregava a grana e recebia em troca as "cartas" de câmbio. Ia viajar e, quando chegasse em outra filial (ou de banco associado), podia trocar novamente as "cartas" por dinheiro.
Também na mesma época foi inventado algo bem parecido com os nossos cheques.
Muito bem, então, por que a globalização hoje é uma grande balela?
Como vocês sabem, fui visitar as maravilhosas Ilhas Galápagos. Ilhas, essas, que pertencem ao simpático Estado de Equador, lá onde passa a linha do equador e a terra é mais gorducha.
Fui, tranquila, carregando uma coisa parecida, muito parecida com as "cartas" de câmbio, denominada, de forma bem mais moderninha de TRAVELLER'S CHECKS.
Meus Traveller's foram emitidos por duas grandes corporações financeiras, a VISA e a CITYCORP, à qual pertence a conhecida Citibank, coisinha de ricos e metidos. Bom, saibam que nenhum banco ou casa de câmbio aceitou os traveller's da VISA nem do CITYCORP, nem mesmo o Citibank da capital, Quito.
Aí, frustrada, voltei para o Brasil e fui na minha agência do Santander. Todo mundo conhece o Santander. Trata-se de um enorme, gigantesco conglomerado de bancos espalhados pelo mundo INTEIRO. Pois bem, acontece que sou cliente de dito conglomerado. Fui lá, conversar com a gerente, explicando que queria trocar os malditos traveller's. Resposta: nada de cambiar VISA nem CITICORP.
Depois, descobri que um cartão internacional Mastercard (ouVisa, tantuffass), emitido no exteriro, com fundos e habilitadíssimo para saques, não consegue realizar essa operação nos caixas do mesmo Santander.
Por que???
Símples: o Santander, de origem espanhola, presente em todos os lugares & regiões do mundo não está conectado na rede internacional.
HÁ DE QUE RIR!!!
Mas a brincadeira da GROBARIZAÇÃO não acaba por aqui.
Uma remessa de dinheiro provindo do exterior some, em média, entre duas e quatro semanas das telas dos computadores... Como isso é possível? Assim:
Você dá ordem a um banco, digamos, na Europa, para depositar uma quantia X em um banco, digamos, brasileiro. Tudo em ordem: a grana tá lá, os códigos & números nacionais & internacionais & o escambal a quatro, tudo certo.
O funcionário dá o ENTER... e o deinheiro some um bom tempo (imagino que chegue de návio e de carga de burro...), aquele tempo necessário para ALGUÉM especular com ele. Depois chega, mas aquela mágica da instantaneidade da rede global fica... digamos... misteriosamente loga & demorada.
Outras maravilhas da GLOBOESPECULAÇÃO dos MERCADOS:
Quem recebe um dinheiro justamente suado pelo trabalho nos EUA, ou na Inglaterra, ou em algum outro lugar do mundo que não seja em moeda viva, mas, sim, em cheque, pode esquecer da possibilidade de descontar, mesmo pagando impostos & taxas, ainda que procure a filial certa do banco norteamericano ou europeu ou o que for.
Melhor encontrar uma bela de uma parede branca, comprar molduras e preencher o espaço com todos esses cheques & traveller's & outras fraudes bancárias legalizadas.
Primeira Moral da história: na Idade Média a internacionalização das finanças, aparentemente, dava muito, mas muito mais certo do que hoje, com as cartas de câmbio e os antepassados dos cheques.
Segunda Moral da história: alguém está com o dinheiro dos meus traveller's e não quer me devolver, assim como está como o dinheiro do cheque norteamericano do meu colega e nunca vai entregar para ele.
Terceira Moral: quem paga continua se alimentando, como o cozinheiro de Edgar Allan Poe, de doces ilusões....
Hoje a FdP se sente empobrecida, entre outros, pela fameilia Bin Laden, que está entre os donos do Citibank...
VAI HA...VENDO!

3 comentários:

  1. Noooossa Fada de Preto, e não se pode fazer nada para conseguir recuperar esse dinheiro? Não é possível conseguir de volta o seu dinheiro? Entrar com um processo, se lá... Acho que passa a ser utopia já que toda essa m** é legalizada, mas, e se tentar?

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  2. Piu Piu, contra o Mercado nem as Fadas podem nada... Precisava de uma varinha mágica, mas não tenho em dotação...

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  3. Cara Fada, nem traveller's, nem saque por tarjeta de credito. Moeda global para viagens em nossa querida América do Sul é o dolar mesmo, "en efectivo". Aceito em todas as boas casas do ramo.

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