segunda-feira, 27 de julho de 2009

ANHANGUERA MON AMOUR: O CIRQUE DO SOLEIL DOS SANTOS DO INTERIOR


UM AVISO:
Quem não gosta de IRONIA nem de SARCASMO;
Quem leva tudo MUITO a SÉRIO;
Quem diz NÃO SEI, mas também NÃO PERGUNTA achando (erradamente) que isso pode ofender;
Quem esqueceu ou ainda não sabe utilizar as FERRAMENTAS do ESPÍRITO DAS LUZES (que não é uma essência mística, mas uma visão de mundo e uma revolução humana realizadas em uma época histórica...);
Quem acha que TUDO ISSO É UMA GRANDE BOBAGEM;
EVITE LER!
Porque aqui vai uma "documentação visual" digna desse nome. Uma documentação visual sobre o grande nada que tem me obrigado, nos últimos anos, a olhar NÃO atrás do véu de Maya, pois nada há atrás desse véu, nesse caso... mas OLHAR, ENCARAR os detalhes do próprio véu.
Que não é bem uma obra prima das antigas rendeiras de Flandres, parece mais um véu de tecido sintético Made in China que chega em containers via Paraguay.
Acontece que, de tanto olhar, finalmente vi a trama e o urdido desse véu que, nada mais, nada menos, veio a ser
UMA TENDA DE CIRCO!
Sim, senhoras e senhores, a realidade em que viajo, entre Capital City e Black Stream, com os desvios nas laterais & colaterais acabou revelando
UMA GRANDE FEIRA COM CIRCO ANEXO & CONEXO!
Vejam se estou brincando ou não: fotografia, dizem as teorias, é documento de algo que existe.
Em primeiro lugar: o patrocinador dessa viagem é uma franquia.
Sim, de CONVENTOS.
Não sei explicar de outro jeito o carro que se materializou ao meu lado, no trânsito, um dia.
Aí, fui eu pela Anhanguera que, como se pode ver pelas imagens, é uma terra vazia, onde dois postes brancos nada significam. O céu é grande.
Finalmente me deparo com a realidade totêmica das enormes garrafas que convidam, em sua exibição exagerada, obscena, a não beber muito não, a exercer uma certa... MODERAÇÃO. Nonsense total.
SINGULAR.
Não posso me esquivar de pensar como um DESPACHO em uma estrada de chão batido reflita, com efeito, a possibilidade de usos diferentes & alternativos da cachaça.
A essência poética do carro da franquia de conventos me GUIA ao encontro de muitos santos, um verdadeiro cortejo que aparece em altares de grutas, pés de cruzeiros & de Cristos. Todos os santos, budas & orixas, em alegre companhia.
TODOS QUEBRADOS.
Praticamente, os cruzeiros são que nem a coleta seletiva de lixo: tem plástico, papel, lixo orgânico... e tem santos, prontos para a reciclagem.
Mas a pergunta que não quer calar: POR QUE DEGOLAR OS SANTOS?
E mais uma pergunta: por que tem um garfo no lugar de Cristo, na cruz? Será que simboliza a qualidade da cozinha da última ceia? Tipo guia Michelin, ou Quatro Rodas, um garfo, dois garfos, três garfos...
Aos pés de um outro cruzeiros, que tem luzinhas tipo natalino, mas ficam apagadas, têm um monte de copinhos de plástico, para chamar a chuva, ou para afogar os santos, ao gosto do freguês.
Andando pelas SP 330, 334 & outros números, vi um monte de Cristos tipo Cristo Redentor do Rio versão "bola-de-cristal-com-neve", só que sem bola de cristal e sem neve.
Bem estranhos. GRANDES.
E menores.
E foi aí que percebi!
ENTENDI!
Sim, entendi porque todos eles ficam de braços abertos.
NÃO É como o Cristo do Corcovado!
É OUTRA história.
E tem a ver com Little Prairie (A.K.A. Sertãonzinho). Narra a lenda que, em Little Prairie (A.K.A. Sertãonzinho), resolveram "montar" um Cristo maior que aquele do Rio (uma competição tipicamente masculina, Freudiana, já que se trata de "tamanho é documento").
Enfim, começaram as obras, mas já forma interrompidas... os gênios fizeram a base pequena demais, e haja agitação de braços desse pobre Cristo, ia cair pra frente!
Assim reparei na minha pequena coleção de Cristos e descobri: se trata de EQUILIBRISTAS!
Reparem: um deles está em pé "milagrosamente" no auge do arco que o sustenta. Milagres da engenharia. Um brinca no meio das antenas: é um Cristo interativo. Não sei se transmite também.
Inquietante: uma das antenas na frente dele é uma estrela de Davi! Encontro ecumênico no éter ou disputa teológica?
Não somente Cristo brinca de equilibrista, o Homem de Lata de Oz(eus) (A.K.A. Assis) está preste a mergulhar (as soon as alguém colocar a piscina!). Reparem: a base que sustenta a criatura feita de latas (???) É UM TRAMPOLIM!
Por outro lado, o HOMEM DE AÇO (NÃO o Superhomem, o outro, o Ferro Velho da SP 330), que levanta uma coisa estranha na mão direita (uma esfera armilar? Me parece ousado...) tenho certeza que aos pés tem coisas "TIPO" patins.
Segue uma amena Virgem Estilita, também se equilibrando com suas vestimentas em cores adocicados em uma curiosa coluna. Mas é um equilibrismo de segundo escalão: coluna é bem grande, assim eu também consigo...
Como em todo circo que se respeita, temos os freaks: eu não saberia dizer se o que fotografei é uma sereia ou uma agua viva com torso e cabeça de mulher e A Curupira. Friso no A.
Porque aqui a versão é a FEMEA da Curupira: está usando uma saia havaiana e a parte superior do biquini. Estou pasma! Curupira é uma Entidade Superior (A.K.A. Divindade) a serviço da Polícia Ambiental. Ela apavora e persegue aqueles que destroem à toa o mato e suas criaturas, certo? Então ela deve dar um medinho, tipo quando o guarda rodoviário para a gente na rua. Também a fêmea de Curupira, então, deve ter uma aparência de "autoridade": então, de onde vem esta versão entre Botero e Homer Simpson? É simpático um policial em serviço? E então, seguindo esse raciocínio, essa Curupira é um desacato à autoridade!
Seguindo as andanças, um descanso entre as ruínas: todo mundo gosta de uma imagem romântica, e quem sou eu, para não usar dessa retórica?
AS RUÍNAS: uma velha estação fantasma e uma ponte enferrujada que não leva mais a lugar nenhum. FECHADA. FERMÉE. CLOSED.
Língua nagô no meio do mato, e depois
PEDAÇOS DE GENTE de plástico amontoados, enquanto um estandarte se esconde na noite do canavial...
Deparei-me com um capacete brilhante debaixo do sol: será o capacete do Magneto? Ou do Homem de Ferro?
De quem quer que seja, as armas estão apontadas para o céu...
Depois vem uma "coisa" alegórica tridimensional, retórica, mas tão retórica que é o óbvio do óbvio: Trabalho, Família, Religião em versão "durepox gigante". O resumo do lugar, A.K.A. Macondo (uma das muitas).
Viro o olhar para outras monu/mentalidades no mínimo circenses, como as duas dançarinas. O que elas tem nas mãos, um hot-dog?
O que me resta dizer? Tem também um explorador vestido de Indiana Jones que olha um navio no horizonte (tipo piratas do Caribe).
Encontro também o movimento neobarrocopósmodernofuturista em uma escultura que, me seja permitido, chamaria de "O exorcismo".
Um dia alguém vai traduzir os dois enigmas que seguem:
A página de ideogramas.
A ESFÍNGE. Reduzida a ANIMAL DE CIRCO? FERA DOMADA, terá ainda
O ENIGMA, ESSA ESFÍNGE? Eu sei o que ela vigia.
De rabo entre as pernas.
Vigia o estacionamento lotado do Shopping nesses tempos de crise.
Uma visão muito mais cemiterial do que um cemitério.
CARROS.
UM CARRO.
ESSA NOSSA DIVINDADE.
GRÃO FINAL!!!!!
.... TAMBÉM NOSSAS DIVINDADES MORREM....
Bsus da FdP!















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