segunda-feira, 24 de setembro de 2012

CAMPANHA: "SACRIFICAR UMA MARIA-FUMAÇA EM PROL DE TODAS AS OUTRAS!


Depois de postar o post (postado ontem) pensei em melhor elaborar o plano "Harry Potter encontra o Sacî" através das viagens de trem.
Como disse, Black Stream possui uma Maria Fumaça enferrujada e deslocada perto da Rodoviária, como lembrança eternamente esquecida do meio de transporte que no local parava há algum tempo atrás (algumas dezenas de anos não representam "muito tempo atrás", pois há gente viva que lembra ainda disso...).
Black Stream possui outras Maria-Fumaça em vários pontos da cidade, algumas mais algumas menos lembradas pelas pessoas. Existe uma praça imensa, divertidíssima, com um longo e circular trilho e relativa miniatura do trem que percorre o espaço/tempo da aventura ferroviária e econômica da região. Enfim... áreas distantes que dificilmente podem ser visitadas em um único dia a pé por escolas, crianças, crianças escondidas na adolescência, adultos que curtem suas crianças... o que quero dizer é que é possível pensar em pequenas ações públicas altamente ligadas ao mercado que têm "consumidores" ou podem vir a ter "consumidores" nas figuras jurídicas das escolas (públicas-gratis/particulares-pagas = melhoria de ensino/pode ser calculado como imposto municipal e "descontado", esta parte eu não conheço, precisa de expertise, mas vou em frente com a idéia).
PROPONHO, aqui, uma forte parceria com o mercado para aproximar a cidade de sua história.
Vamos lá:
Podemos nos ajudar com audio visuais no começo do pacote.
Ainda nas escolas, antes do embarque na viagem mágica, vamos fornecer as coordenadas às crianças:
Conhecem Harry Potter?  Sabiam que Harry Potter veio ao Brasil? E como ele viajou? De trem, é claro! Hoje vamos ver qual é o trem que ele usava para ir a escola! E, principalmente, vamos ver como ele viajou por aqui. E aí contar que o inglês veio fazer um intercâmbio com as criaturas mágicas brasileiras (toma-se, aqui, uma linha de contação de contos da mitologia brasileira na qual se reflete a região).
Enfim, se levam as crianças para visitar o primeiro trem mágico descoberto/importado aqui no Brasil. E depois os outros, que viajavam pela ferrovia disfarçados de trem de gente e de carga... E de conto em conto se percorrem veredas locais... Eu tenho a sensação que é uma "contação de contos" que poderia ser realizada por gente preparada e voluntariosa que queira fazer experiência com algumas formas de mediação que obrigam a refletir sobre a hibridização das culturas não como hipótese remota, mas como fenômeno presente, quer se goste ou não, com o qual é necessário (e desejável) contar.
Estou então eu, FdP, lançando uma campanha para sacrificar uma Maria-Fumaça em prol da sobrevivência de outras... E vejam bem, nem precisa sacrifica-la materialmente, sei, lá pintando-a de vermelho e preto, não... é mais do tipo "um sacrifício espiritual", pois ela voltaria a ser inglesa (aliás como todas as Maria-Fumaça da época, diga-se de passagem...), mas permitiria muitas conversar sobre criaturas mágicas locais (mediadores preparados para ler/interpretar de Monteiro Lobato até Câmara Cascudo). Sobre trens e história, geografias e tempos (são, na verdade, muitos eixos possíveis, mas eu fico com o eixo literário, se alguém quiser podemos pensar também em um eixo mais histórico, e depois em um eixo artístico... tantuffass, um bom trem te leva onde quiser!).
Agora, me seja permitido refletir sobre meu pequeno mundinho de sonhos, (mas se alguém se interessar, que me contate)... Eu proponho, aqui, não um projeto em busca de disneyficação da história. Não pretendo transformar o parque de transporte ferroviário antigo de Black Stream em parque de diversão. Penso, porém, que a arte do conto é algo que merece ser praticada também em lugares diversos da biblioteca, e pelo pouco que conheço, as criaturas mágicas brasileira já ganharam, em outros momentos literários, vida própria que pode ser competitiva até com o Harry Potter. Mas como somos da paz, para quer competir? Não podemos construir uma colaboração/cooperação entre escolas de magia inglesa e brasileira?
E, é claro, o percurso dos trens permite tantas outras narrações!
Agora, querem saber o que as crianças (crianças, como alvo primário!) poderiam usar para deslocar-se de um ponto para outro do percurso? Trenzinhos mágicos! As crianças gostam de brincar, e o fazem com muita seriedade: eles vão poder sentar em um verdadeiro trem mágico que apita e que vai leva-los a conhecer as criaturas locais... E se o público for composto de gente que curte Neil Gaiman, um público mais metido que curte HQ e fantasy, que Neil Gaiman apareça entre as referências, e que os donos dos trenzinhos se sintam incentivados a enfeitiçar suas máquinas cada vez mais...
Bom, como este é um mero manifesto, não vou detalhar tudo, né? O fato é que podemos realizar uma operação como esta até com parcerias múltiplas: sei lá, se tivesse uma agência júnior de CI, poderia se ocupar de todas as várias partes (do "plano financeiro" ao marketing final, da seleção/organização das leituras necessária ao preparo das (muitas) mediações, pensando no feedback que podem obter antes da atividade (prévias com as escolas que permitem realizar uma pequena avaliação da proposta para costumizá-la para "aquele" público????) e interações possíveis que podem ocorrer ao longo da viajem inteira, que deverão/poderão ser discutidas para a melhoria da atividade bem como em meios acadêmicos, principalmente em suas vertentes de implicações teórica.
As implicações são muitas, a graça disso é que realmente poderia ser pensado não somente na perspectiva do que os poderes públicos devem/podem fazer, mas de novos modelos de parcerias. Não, porque a gente não vai mexer na estrutura nem na forma das "coisas" que se encontram pela cidade, pedir a preservação, a manutenção, porém, na medida em que as "coisas" são apropriadas pela frequentação, pode se tornar um passo menos significativo do que todo o duro trabalho de quem justamente pede que estas coisas não sejam abandonadas pelos caminhos das leis. É, porém, uma apropriação que, eventualmente, gera o desejo afetivo de garantir estas memórias, ainda que por razões puramente afetivas que podem vir a ser geradas pelos elos literários que se propõem. Esta apropriação desejante pode, quem sabe, em algum momento, se tornar decisiva nas escolhas dos "bambambans" que (nunca) decidem decididamente o que fazer com "as coisas"...
Quanto "food for mind" uma coisa assim pode proporcionar? Eu acredito que seria muito.
E aqui vai a "grande viajem para o mundo da mágia" que é possível fazer em Black Stream, lugar com alta taxa de presença de criaturas mágicas da região: muitos andam de beetle (nome inglês para fusca), que todos sabem ser inseto voador (tipo joaninha, sobre a qual cavalgam as fadas), há casas que, à noite, revelam pedras brilhantes nas paredes....
E se acreditamos na contação de histórias nas bibliotecas, por que não podemos realizar experiências em 3D?????
Eu sei lá, acho que nem tudo vira Disney somente porque quer entreter... contação de conto é entretenimento legítimo, certo? E é para ser divertido, certo?

Um comentário:

  1. O que acha dessa ação aqui:
    http://giordaniturismo.tempsite.ws/mfumaca/passeio.php
    bjs

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