sexta-feira, 8 de junho de 2012

CAMINHÕES, MULHERES E LUTA DE CLASSE...


Querido diário,
ontem foi um feriado bem interessante. Fui almoçar em Camp Potatos, e a estrada de Black Stream para lá propiciou-me alguns pensamentos. Sabe, diário, que fui de caminhão? Não um dos grandes grandes grandes caminhões, um caminhão daqueles menores. Na direção: uma grande mulher que me explica sempre coisas bem interessantes, tipo que muitos compradores desse caminhão são mulheres. Gente tipo uma mãe e uma filha super chiques, que querem o veículo para seu negócio. O veículo será dirigido por uma funcionária da empresa delas. Achei magnífico. Quem circula por Black Stream sabe que há uma grande trabalhadora que anda com esse tipo de caminhões, que se rebatizou com o nome de Penelope Guincheira.
O caminhão é um objeto estranho: se viaja olhando de cima, inclusive vi os canaviais com essa nova perspectiva, que é diferente daquela propiciada por um ônibus. Modelos básicos, se sabe, não costumam ter muito conforto. Aí, pensei uma coisa, querido diário, que tem a ver com o capitalismo e com possuir os meios de produção. Coisas como os caminhões são meios de produção que alguém, possivelmente com um capital, compra visando lucro. Isso é: é uma máquina que deve aguentar até um peso X, que deve ter uma potência Y, um gasto Z, e assim por diante. Muitas vezes, quem dirige o caminhão não é o proprietário, mas um funcionário, alguém assalariado. E aí, pensei que, puxa, quem dirige, muitas vezes por longas horas, o faz em condições de conforto mínimo. Não adianta inventar, se trata da velha e boa exploração da força de trabalho, dos corpos dos trabalhadores. O que importa é a eficiência da máquina, não a saúde do peão na direção...
Adorei viajar de feminista com o bom velho Marx me acompanhando de Black Stream até Camp Potatos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário