terça-feira, 20 de dezembro de 2011

GALÁPAGOS: A ILHA RÁBIDA...


Do meu diário de viagem nas Galápagos:
24 de Dezembro.

... A tarde foi de praia, na pequena ilha Rábida, vermelha pelos minérios de ferro, tanto na aréia, como na parte mais afastada da orla. Passamos ao lado de uma pequena lagoa salgada, onde os leões marinhos mais velhos e aqueles muito novos, aqueles leões marinhos que não são machos alpha, ficam para se recuperar das feridas de suas batalhas perdidas pela conquista das fêmeas. Passeamos no alto da ilha, cuja vegetação, extremamente seca, aguarda a estação da chuva, já prestes a começar. Os cactos são, aqui, uma variedade com espinhos macios, pois não há inimigos naturais dos quais se defenderem. Realmente, não espanta que Darwin tenha encontrado, nessas ilhas, o santuário de sua teoria. Com efeito, nas outras ilhas do arquipélago, lá onde se encontram as iguanas de terra, os cactos têm espinhos defensivos, pois esses estranhos répteis se alimentam deles.
Do alto de um rochedo, íngreme sobre a água do mar, a água é tão transparente que se vêem os peixes nadando, lá em baixo, distantes, listrados, coloridos, os peixes anjos.
Alguns caranguejos brilhantes, vermelhos alaranjados, estavam imóveis em uma fenda, perto de uma iguana marinha. Somente na ilha de Espanhola as iguanas marinhas são rosadas, por causa das algas que lá se encontram. No restante das ilhas do arquipélago elas são pretas ou cinza chumbo.
Sentei na praia, depois de andar ao longo das ondas, até o final dos rochedos, sempre no meio dos leões marinhos.
Areia vermelha, conchas brilhantes e um filhote de otária seguindo a mãe, tão recém nascido que ainda tinha o cordão umbilical pendurado na barriguinha.
Voltamos ao navio no final da tarde e, da sacada da cabine, vi a ilha de Rábida desaparecer em um por do sol vermelho dourado...

Nenhum comentário:

Postar um comentário