Sei lá, de novo, eu não gosto dessa coisa de gente que escreve frases curtas e diz que é poesia... e em geral coisas de dar dó, além de expressar, em geral, muita dor de cotovelo.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
HORROROSA MANIA!!!
Sei lá, de novo, eu não gosto dessa coisa de gente que escreve frases curtas e diz que é poesia... e em geral coisas de dar dó, além de expressar, em geral, muita dor de cotovelo.
terça-feira, 29 de junho de 2010
POEMA POÉTICO
sexta-feira, 25 de junho de 2010
BIOGRAFIAS IMPOSSÍVEIS II: IRREVERENTE LIVRE

A senhorita Irreverente Livre reside na Rua do Joelho 12, ao lado da cadeia da cidade famosa por suas três Ts de Tetas, Torres e Tapioca.
Irreverente é a primeira T, a de Tetas, sem dúvidas. Exuberante, revela esse seu elemento enlevando-o através de abismos vertiginosos de decotes marcantes, regatas restritas que não restringem muito. Irreverente, para dizer a verdade, não gosta muito de sua T, pois quando ela entra, antes dela entra sua T. Irreverente, desde criança, espiava pelas janelas da Rua do Joelho 12 suspirando, se perguntando como abrir, aliás, escancarar os portões da cadeia, que ela chamava de Castelo do Marisco, lugar que imaginava feito como as masmorras da magnífica residência de uma bruxa poderosa, e pensava que um dia teria derrotado a bruxa e a substituiria, poderosa e dominadora. Enfim, queria descobrir os Mistérios do Marisco. Tanto trovão trouxe chuva, e também tanto foi a gata até a banha que acabou perdendo uma pata, encontrou, a jovem, livre, o caminho para este conhecimento e, finalmente presa, em seguida a posturas um pouco excessivas (leia-se: tumultos graves no estádio durante os jogos de seu time do coração), conseguiu, finalmente, libertar toda sua irreverência entre as estreitas paredes de uma cela comum. Conta Irreverente que a excitante experiência a encheu de felicidade, pois conseguiu, finalmente, encontrar Figuras Interessantes, ladras e prostitutas, trombadinhas e traficantes, ampliando, assim, o panorama de suas possibilidades. Irreverente nunca teve dúvidas: o mundo de liberdade atrás das grades é, decididamente, muito mais interessante de tudo que, até então, encontrara. Por isso, visto que sua permanência nas cadeia nacional durou somente poucas horas, daquele dia em diante ela se esforça, com grande seriedade & afinco, para reencontrar o caminho daquela que considera sua verdadeira residencia, a cadeia do Marisco, onde um dia poderá afirmar que é Livre, ainda que tenha, para isso, renunciar a ser Irreverente.
Para tanto, muito se empenha: lá, onde as brigas são mais ásperas, lá, no parapeito da curva, a gritar até explodir as veias do pescoço, lá, onde os Paraísos Artificiais se encontram na escuridão – e, às vezes, à luz do sol – eis que Irreverente caminha, tranquila e seráfica, consciente de sua força, da direção a ser dada à sua vida. Dominará o grande castelo do Marisco, ainda que dificuldades e obstáculos pareçam insuperáveis. Enfim, não é facílimo, quando os Inimigos, as Forças da Ordem se opõem, proibindo-a de entrar no lugar mais amado, no lugar onde pode ser si mesma, libertando a força selvagem que guarda dentro: o estádio é a ela proibido, e não tem graça em entrar no Marisco enquanto desobediente pura e simples, aqui precisa de algo grande, algo que demonstre sua potencia, não um malfeito corriqueiro!
Irreverente realizou um monte de coisas belíssimas, em sua vida, é uma Esplendorosa Pessoa, chia de idéias e atividades. Por exemplo, um dia resolveu montar um time. De futebol? Não. De vôlei ? Não. De Basquete? Que nada! De futebol americano, um esporte leve e delicado, time para o qual convidou várias donzelas leves e delicadas, que desejavam correr como ninfas entre os bosques, enfrentando os adversários como se fossem Sátiros Vulgares a serem eliminados. O time não podia que se nomear As Megeras. Infelizmente, elas ganhavam tanto, mas tanto que, no final da primeira rodada os outros times recusaram-se em investir seus patrocínos em esparadrapos e colares de gesso. Assi, as Megeras ganhavam sem jogar, por abandono do adversário. Jogar virou um grande tédio e o time se extinguiu. Ma Irreverente, todavia, decidiu que os vestígios de tudo isso deveriam permanecer como eterna memória, tanto que, ainda hoje, todos os anos, convoca as sobreviventes companheiras de time para uma grande festa. Na verdade, poucas são as supérstites nas cruéis andanças da vida. Parte sucumbiu às múltiplas maternidades, outra aos Poderosos Maridos Impotentes, ou às Namoradas Extremamente Dolorosas, tanto que o número que sobrou é tão pequeno que na festa anual das Megeras vai um monte de gente que não tem nada a ver. Ainda assim, é sempre um momento de encontro mágico, apesar do fato de a lembrança das Megeras ter que ser tomado emprestado pelos hóspedes por algumas horas.
Irreverente é viúva, de um casamento de Amor. Sempre aquele com A maiúscula, mas dessa vez de origem visceral, aquele Amor que chacoalha a alma, as entranhas e a genitália. Casou, contra a vontade do mundo inteiro, mas com o apoio de amigas leais e da família, com Irreverente Lutadora. Sim, eram as duas Irreverentes, homônimas, iguáis e contrarias: Irreverente Livre, loira, extrovertida, de esquerda, Irreverente Lutadora, morena, introvertida e declaradamente de direita. Yin e Yang total, saíram à conquista do mundo, o Marisco, mas o Marisco era fortificado, ainda não amadurecera o tempo, as estrelas não se encontravam corretamente alinhadas, e enquanto esperavam o melhor momento, se dedicavam à construção de outros Paraísos Domésticos: a casa delas se tornou um acolhedor Buraco Negro, onde todos que entravam não encontravam nem a maneira nem, principalmente, uma motivação para sair. Irreverentes e Felizes, confundidas uma na outra em um abraço decididamente resistente, duras e tenras, excessivas, amadas e admiradas, criavam sempre um arrepio, um frisson por onde passavam. Ou, quanto menos, uma certa Perplexidade, mas nunca sua passagem deixava as coisas como estavam. Mas, mas, porém, porém, um dia, Irreverente Lutadora deitou entre os vasos de flores e disse: “Meu amor, está hora de eu deixar o Buraco Negro para sempre, pois a luz é um fenômeno que merece um estudo aprofundado. Sei que vou deixar um Buraco Profundo, mas o que deve acontecer, acontece, e nossos trilhos cruzados devem encontrar um cruzamento diverso”, fechou os olhos e um bando de faisões no jardim lhe levou embora o respiro. Grande foi a dor de Irreverente Livre, uma tristeza Território infinito sem fronteiras tomou conta dela, perdera metade da Irreverência, sua doce metade, mas como se trata de uma mulher de fibra, agarrou um regador e começou a recolher as lagrimas para regar gerações e gerações de orquídias exóticas e brilhantes. Eis, agora que vocês encontraram toda essa Irreverência, saibam que sua existência é de Fundamental Importância para quem é do bem e, talvez, também para quem é do mal.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
BIOGRAFIAS IMPOSSÍVEIS: CÁLIDA NEBULOSA.

A senhorita Cálida Nebulosa, de origem rural, mede pouco mais de um metro & tem cara de ostra. O pai, Nérvulo Nebulosa, se ocupa de vacas, em particular de seu trato gastro-intestinal, que conhece profundamente ao toque. Possui a extraordinária capacidade de distinguir as particularidades que envolvem – ou revolvem – essa última parte do aparelho digestivo dos simpáticos animais quadrúpedes ruminantes, & é um dos mais conhecidos experts no campo. Infelizmente, os vapores mefíticos que, com demasiada freqüência o envolveram desde jovem nessa brilhante atividade minaram definitivamente sua saúde. A mãe, Sonhante Nebulosa, quando senhorita tocava piano mas, fascinada pelo conhecimento profundo dos labirintos bovinos do então jovem Nérvulo, abandonou a possível carreira de brilhante concertista em festas rurais & bucólicas, com a finalidade de se tornar sua devota esposa &, principalmente, dedicar-se às beatas tarefas da devoção religiosa na igreja local, uma imitação praticamente perfeita da basílica de Santa Cleonilde das Marés, em Finis Terrae, Portugal, ainda que em escala reduzida. Dessa união bendita, principalmente pelo pároco da aldeia de Cambatatã, localizada nada mais nada menos do que no interior do interior do Brasil, a cavalo do trópico de Capricórnio, nasceram dois filhos. O primeiro, Crédulo Nebulosa, subiu na carreira em uma multinacional de produtos de jogo de azar para malandros. A empresa produz baralhos com sete ases, dados côncavos e convexos com sete caras, tarôs trucados e, principalmente, roulettes com várias inclinações, entre as quais a mais vendida é aquela de inclinação sado-masoquista & fetichista. Crédulo casou-se felizmente com uma doce donzela da aldeia feliz de Cambatatã, generosa & cheia de piedade, tão cheia de piedade que se dava por piedade a todos que mostrassem tendências à solidão & melancolia. Crédulo, movido por tamanha devoção para com a humanidade, sentiu um frêmito na frente, de aprovação, & pediu sua mão, que ela, certeiramente, aplicou no lugar certo, no momento certo. E viveram felizes & contentes.
A segunda filha do casal Nérvulo e Sonhante foi, com efeito, a ostra anã Cálida.
Desde a mais tenra infância, Cálida sonhava com outros lugares e outros horizontes, talvez mais elevados, já que ela ia à altura de pé mas, de qualquer maneira, o fato é que, olhando para o infindável horizonte de campos de túberos em volta de Cambatatã, repetia para si mesma que um dia teria conhecido realidades mais rizomáticas do que aquela. A primeira vez que expressou esse desejo, todavia, levou dois redondos tapas na cara, simultâneos, um de cada face, tapas dedos pelo casal Nebulosa, e que configuraram, de forma definitiva, suas feições de ostra. Daquele dia em diante, alem de querer ir embora, Cálida tomou consciência da beleza das mulheres & de sua própria configuração de fruto de mar viscoso, & começou a acariciar a idéia de transformar todos os rostos em ostras mais ostras do que o dela. A situação era tão trágica, mas tão trágica, que a senhora Sonhante, cada vez mais enrolada nas sábias coisas da religião, percebeu os traços do demônio no rosto da filha e pediu a intervenção do bom pároco da pequena paróquia tropical. O pároco sugeriu que levassem a ostra anã para uma benção especial, em que ele usaria o suco mais puro do produto dos campos de Cambatatã. Em resumo, tentaram caçar o diabo a golpes de purê. Ao que parece, a coisa não funcionou, e Cálida cresceu – pouco, para dizer a verdade – de alma cada vez mais apodrecida.
Finalmente, conseguiu fugir ao seu cruel destino de pequena filha de Cambatatã, quando já tinha se tornado uma ostra adulta, mas ainda assim anã, e foi trabalhar na cidade grande, em Capital City e ainda mais, ainda por cima, a cavalo do mesmo trópico tropical. Em Capital City, a jovem ostra encontrou seu destino, ou melhor, sua Nêmesis Profunda: um emprego em uma revista de plástica e beleza. O fato é que, vejam bem, nenhuma mulher impressa é o que aparenta ser. Aliás, é sempre produto de infinitos retoques: uma olheira aqui, um rolinho de gordura acolá, uma falta de elasticidade acima, um excesso de adiposidade abaixo... Enfim, nenhum cirurgião plástico realiza na prática, o que Cálida Nebulosa alcança com seus instrumentos digitais, com os quais retira as imperfeições, para satisfazer, assim, os sonhos de senhoras calipígias, exuberantes e não mais viçosas, graças a seu bisturi informático. A Ostra Anã, que havia muito acalentava o desejo de destruir todo e qualquer vestígio de beleza feminina, encontrou-se trabalhando na invenção de belezas refeitas & falsificadas que nem milagres... E se essa não é Nêmesis, então me digam vocês o que é! Cálida realiza centenas & centenas dessas operações milagrosas todo mês, produz milagres digitais quotidianos, deixando as leitoras sonharem, leitoras normalmente imperfeitas, de poder um dia se tornar algo que nenhum cirurgião jamais se permite prometer.
Apesar dessa piada do destino, todavia, Cálida não podia se conformar com seu estado de Vênus Impossível, e sentia queimar dentro o desejo de desfigurar profundamente algo, ou melhor, alguém mais bonito do que ela. Assim, começou a procurar pelo amor. Aliás, pelo Amor com a famosa A maiúscula, já que, alimentada por anos de papas de telenovelas, que a mãe Sonhante assistia com olhos sonhadores e nostálgicos, obviamente não conseguia pensar em uma alternativa plausível ao que via na TV, e queria realiza-lo nesse mundo de pessoas em carne e ossos.
Em breve, o fato é que Cálida, pequena, de cara torta e com o dom digital de transformar mulheres normais em belezas virtualmente impossíveis, queria encontrar uma mulher bonita e torná-la uma montruosidade real. Isso, afinal das contas, nada mais é do que o papel de vilã em uma qualquer novela de respeito: odiar toda forma de beleza, certo requinte de pensamento e qualquer resquício de inteligência. Tornar-se Pura Inveja, aquela que a mãe Sonhante sempre avisou ser um Pecado Capital. Mas, fazer o que? Cálida Nebulosa era inevitavelmente atraída pelo que mais odiava: as mulheres.
Bom, está na hora de deixarmos essa ostra sem pérula rara às suas piedosas obras de restauração corporal fictícias. Vamos deixa-la à sua ráiva camuflada de Vítima das Circumstâncias, já que não se trata de uma Personalidade Apaixonante, mas sim, de um Mero Acidente contra o qual gente bem mais interessante teve a desavença de esbarrar. Ainda que Cálida não seja um iceberg, e quem nela esbarrou não tenha afundado feito um Titanic ela teve, mesmo assim, a capacidade de provocar alguns galos nas cabeças.
terça-feira, 15 de junho de 2010
POST FORTEMENTE SURREAL. NÃO LEVEM MUITO A SÉRIO...

sexta-feira, 11 de junho de 2010
SOU BOAZINHA, MAS...


terça-feira, 8 de junho de 2010
LIVRE...LIVRE...LIVRE!!!!

Consegui acabar o meu escrito. Alívio, alívio, mas já estou às voltas com outro rascunho impossível.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
NADA A DIZER
Estou em firme e franca crise criativa. Nas últimas semanas, urucas espetaculares me assombraram. Minha sala de trabalho pegou fogo. Literalmente. Estava eu almoçando, quando me ligaram, dizendo que labaredas saiam pela janela. Corri de volta e encontrei gente enegrecida pela fuligem, minha porta arrombada e tudo coberto por uma coisa preta e gordurosa. Uma beleza, tive que mudar de sala, fui para outra que é a metade do tamanho. Não se sabe quando voltarei para a outra sala. No dia seguinte, peguei a estrada para Capital City e fiquei presa no transito, na saída de Black Stream: uma carreta tombou e atravessou a pista. Ainda, estou com gripe. Para completar o quadro, emperrei na produção de um artigo. Não consigo encerrar o escrito. E, até conseguir, parece que tudo para. Quero dizer, estou com prisão de ventre produtiva. Intestino criativo preso. No final de semana tentei passar de fase no videogame, mas não consegui de jeito nenhum. Meu cachorro vomitou e cagou as tripas durante a noite, ontem. Tudo muito objetivo, come se pode ver, nada de melancolia espiritual. Me falta qualquer inspiração, diante do meu nariz entupido, da minha garganta que arde, além de uma maravilhosa, gigantesca e muito dolorida espinha na orelha, daquelas que nem dá para espremer com gosto porque é debaixo da pele. Estou me sentindo frustrada por essa maldita espinha. Sexta feira fui à livraria e sai somente com livros "de trabalho". E agora tenho que enfrentar, para melhorar meu humor, coisas que no título tem palavras hostis como "capital", "redes", "trabalho"... E, para completar, é segunda feira em uma sociedade de massa. Ou seja: mesmo que eu expresse algum tipo de ódio pelo mundo, o mundo nem está aí. Nem essa tristeza cósmica se transforma, sei lá, em poesia. Tipo Sylvia Plath. Deprimida, deprimente, mas belíssima. Mmmm... talvez não tenha sido uma boa idéia, pegar na mão os poemas da dita cuja, nesse estado...