quinta-feira, 30 de julho de 2009
ANHANGUERA MON AMOUR: VOANDO BAIXO!
segunda-feira, 27 de julho de 2009
ANHANGUERA MON AMOUR: O CIRQUE DO SOLEIL DOS SANTOS DO INTERIOR
terça-feira, 21 de julho de 2009
O DOMINGO DAS FADAS OU: FADAS DE BODE!
quinta-feira, 16 de julho de 2009
EXPOSIÇÃO TEMPOPERMANENTE: MAPA PSICOGEOGRÁFICO DAS OBRAS.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
ANHANGUERA MON AMOUR: DESCANSANDO A VISTA.
A VINGANÇA DE EVA. CAPÍTULO FINAL.
Eu não me deixei tentar por ela. Ela me deu respeito e eu escolhi sair da prisão. Ela me ajudou, só isso. Eu já queria saber, eu já queria saborear o que ela possuía desde o começo. Aliás, ela foi muito clara em me alertar que uma escolha como essa, de desobediência radical, teria conseqüências também de ordem psicológico, para mim. Ela me contou que ser tratada como um demônio, obrigada a viver sozinha, porque lá fora não tinha nada e ninguém, desprezada pelos anjos não era uma vida boa. Argumentei que, se o Pai resolvesse me punir me mandando embora, então seriamos duas, eu e ela, e o problema de ficar sozinhas não subsistiria. Além do mais, comendo o fruto, teria também a sabedoria, e assim poderíamos elaborar teorias, cantar poemas belíssimos e conhecer as estrelas e discutir apaixonadamente do mundo e, se realmente era tão mais feio do que aquele jardim infernal, o conhecimento nos forneceria os instrumentos para transformá-lo. Sorriu e me abraçou, e deitadas na grama exploramos todos os cheios e os vazios de nossos corpos e depois, cansadas, adormecemos. Foi assim que você nos encontrou. Você levou um susto danado. Bobo e incapaz de tomar atitudes de adulto, moleque birrento e violento, dominado por teus instintos, me ver duplicada nos braços dela, vê-la duplicada em mim, te deu tesão. Oh, homenzinho obcecado! Abrimos os olhos ao mesmo tempo e te convidamos a se juntar a nós. Você foi enredado por nossas pernas e braços, nós dominamos tua vontade. Não foi um grande esforço, tua vontade é fraca mesmo, quando você está tomado pelos sentidos. Nós estávamos satisfeitas, nós éramos duas, mas com uma mesma vontade de vingança. Conhecíamos teus pontos fracos. Quando você se apercebeu que éramos uma única mente, que nosso poder tinha duplicado, e reparou nos nossos corpos encaixados um no outro, e percebeu que você não passava de um acessório, enrubesceu feito uma mocinha e foi buscar umas folhas para nos cobrir. Rimos de você, quando colocamos aquelas folhas ridículas e brincamos de esconder e revelar: você nos ofereceu um disfarce, e obrigamos você também a usar esse tapa-sexo verde. Aí, você viu que nossa conversa, nosso envolvimento não te incluía, que você jamais teria feito aquilo, que era gostoso, mas proibido: ela era tua inimiga, você lembrou. E pensou que tinha me roubado de ti. E gritou de raiva e de dor. Depois, ela deslizou rapidamente pelos galhos da macieira, e eu também pulei a cerca em volta dela, agarrando uma maçã com a mão. Ela, ameaçadoramente, ondulava na tua frente, sibilando. Você, com medo dela, ordenou que eu voltasse, mas eu nem te respondi. Você gritou e esperneou, mas não ousou se aproximar dela, de mim. Levantei a mão, desafiando-te com o olhar e mordi o fruto suculento e saboroso. Senti meu sangue correr mais rápido, mais quente. Vi, em um único instante, o começo e o fim, a vida e, finalmente, aquilo que não temíamos, porque desconhecida, e assim você não lhe dera um nome, mas fui eu, eu que a nomeei, o único nome que eu dei a algo, foi a ela, e a chamei de Morte.
Mais uma vez, a vaidade te cegou. Você sofre mesmo de um terrível complexo de inferioridade, viu, Adão? Sentiu que eu era corajosa, forte, destemida, muito mais que você, e o fato de eu ser algo mais que você te encheu de ira: agarrou o fruto que eu tinha na mão e, para mostrar que você fazia também, e melhor, abocanhou um pedaço muito grande, que engoliu sem mastigar, engasgando para sempre. Bem feito, bonitão! Ela riu, me olhou com amor imenso, disse estou sempre em você, e desapareceu entre os galhos.
Você estava sufocando, começou a tossir, tossiu, tossiu e o Pai, é claro, ouviu e baixou e bateu nas tuas costas, livrando tuas vias aéreas, depois olhou para mim com rosto severo e perguntou quem fora. Deu medo, deu muito medo, dava para ver que estava irado, os trovões enchiam o ar, que escurecera como para uma grande tempestade. Mas eu sabia, sabia que não era o momento de me acovardar, que era minha chance, apesar do medo horrível que tomara conta de mim, e de você também, pois você também chorava, e tremia feito uma folha no vento e era branco feito uma pedra de sal.
Claro que você apontou para mim, o que esperar de você, seu dedo duro? Mas eu já admitira minha responsabilidade. Só que, na tua imensa estupidez, em um gesto de vangloria, você também comera, aliás engasgara, você não resistiu à tentação de demonstrar sua superioridade.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
ANHANGUERA MON AMOUR: CABEÇAS DE BAGRE...
segunda-feira, 6 de julho de 2009
A VINGANÇA DE EVA. CAPÍTULO III
Devido ao comprimento dos episódios do folhetim, resolvi esticar mais um pouco.... semana que vem é o último episódio mesmo... Tem mais graça, com um pouco de suspense! Lá vamos nós, com o terceiro episódio de A Vingança de Eva:
De longe ouvi tua voz reclamando minha volta, você estava com fome. Sabia que depois teria que abrir as pernas, e fechei os olhos, sentindo o corpo frio e escamoso deslizar para longe.
No dia seguinte fiz boquinha e implorei você para ir catar coquinhos. Pedi permissão para ir até a cachoeira escura, que ficava um pouco distante, para lavar meus cabelos nas suas águas. Eles ficavam macios e fragrantes, e você gostava, atiçava tuas vontades, eu sabia que ia dar a permissão para eu ir. E eu precisava de você distante, para me encontrar com ela, para me encontrar novamente. A cachoeira escura é um lugar do qual tenho muita saudade, uma das coisas que sinto ter perdido e que faz uma falta danada, que dá um nó no estomago.
Fui para lá e entrei na água. Pela cortina de gotinhas a vi se aproximar devagar, deslizando dentro da água. Vi suas cores na matéria cristalina, até desaparecer no vórtice da queda, onde as águas se tornam brancas. Emergiu, ao meu lado, e me abraçou, e era eu, duas vezes, sob a queda. Me conhecia, como eu me conheço. A conhecia, como eu me conheço. Senti, pela primeira vez, sua pele fria contra a minha, senti calafrios no contato. Senti, pela primeira vez, sua boca macia sobre minha boca macia. Nos tornamos amantes de nós mesmas, debaixo da cachoeira escura. Gozei, quando me pegou, gentil, todavia firme. Gozou, quando minha mão explorou o calor entre suas pernas. Depois, silenciosamente, voltou às águas e desapareceu.
Na volta para casa cantei e cumprimentei árvores e animais, sorrindo sem esforço pela primeira vez, depois de tanto tempo.
No dia seguinte o Pai nos visitou, perguntando se tudo estava bem. Você se encheu de orgulho quando contou que tinha chegado a contar duzentos e sessenta carneiros. Contou que encontrara um pássaro novo, e que tinha certeza que teria um grande futuro. Você disse acreditar que, por sua estrutura, era destinado a ser um dos pássaro dominantes e o nome que escolhera para ele fora Dodô. Que nome mais estúpido, pensei, mas baixei a cabeça para não revelar meu olhar irônico. Você conhece o Pai: parece que sempre sabe de tudo, e tive essa impressão quando, na despedida, me olhou um pouco mais demoradamente do que costumava fazer, diretamente nos olhos. Cuide-se, me disse. Só isso. Estremeci. Você sabe, o Pai parece que está sempre a par de tudo. Mas não disse mais nada. E passou um tempo, antes que eu conseguisse fugir um pouco de você. Ficar sozinha. Encontrá-la novamente. Quem sabe, ouvir sua voz, que seria a minha. Consegui, enfim, me desvencilhar de você, graças à tua nova descoberta: aquele fruto, que você chamara de uva, tinha fermentado em um canto côncavo de uma gruta e você tinha experimentado aquele liquido. Você gostou e bebeu tudo. Começou a falar, cambaleando, e queria me prender, você estava se tornando violento, mas tropeçou, caiu e adormeceu, roncando alto. Corri para fora, aliviada, e fui para a grande macieira proibida. O Pai tinha alertado que podíamos (podíamos? Você podia!) fazer tudo, tudo que queríamos. Mas nunca, nunca comer aqueles frutos. Cuja aparência era, como é de se esperar, tentadora. Nenhuma outra macieira dava frutos tão coloridos e ricos. Durante a florada era a árvore mais carregada, mais intensa. Enxames de abelhas a cercavam, e pássaros, os mais bonitos. Sempre me atraíram suas peculiaridades. Você, você não. Não gostava dessa árvore. A ordem do Pai se transformara em um temor absoluto que te impedia de enxergar sua beleza. Você não gostava sequer de passar por aí. Eu já tinha apanhado de você, um dia que me encantei na frente dela, e você veio me procurar e quando viu onde estava, você me socou nas costelas e no rosto, e fiquei por dias com um olho tão inchado que nem conseguia abri-lo. Corri, então, para lá, porque sabia que ela também amava aquela macieira, porque éramos duas, sim, mas também o Pai tinha me criado com as mesmas feições. O que mudava era que ela, quando recebeu o primeiro tapa, revidou, revidou feio. Se negou. Xingou, gritou e tacou pedras em você. Argumentou com o Pai, também. E saiu desse Inferno. Isso, sim, era um lado interessante da situação. Ela estava ali como imigrante ilegal. Se o Pai soubesse que tinha entrado, sai de baixo! Ia sair uma trovoada como nunca se ouvira! Estava lá, ela, sim, estava, enrolada na macieira, tentando alcançar um dos frutos mais bonitos. Quando me viu, desceu em elegantes espirais pelo trunco e, tocando o chão, já tinha meu semblante. Ou, melhor, eu tenho o semblante dela, pois quando você pediu ao Pai para ele me criar para ser teu brinquedo, pediu também para me dar aquelas mesmas feições que já foram as dela. O gosto de tripudiar sobre alguém que tem o mesmo rosto de quem desobedeceu deve ser ainda maior, imagino eu. Você se iludiu, na imagem dela que era eu, de poder domina-la através de mim. O que nem você nem o Pai pensaram foi que essa semelhança se tornasse identidade. Identidade de princípios, de desejos e de ação. Sei que você continua convencido que eu não sou uma criatura suficientemente autônoma e inteligente e que, portanto, sou incapaz de entender e querer, enquanto a inteligência dela você não pode negar, pois além de criada ao mesmo tempo tinha tuas potencialidades. Teu primeiro e verdadeiro amor, apesar do ódio que você sentia, merecia maior respeito do que eu: você lhe atribuiu o poder de me desvirtuar. E me chamou de fraca. Ainda não sei se você é ingênuo ou bobo mesmo.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
ANHANGUERA MON AMOUR: O HOMEM IDEAL
quarta-feira, 1 de julho de 2009
ANHANGUERA MON AMOUR: O QUE A CANA DEU.
A “luz do Interior” me ilumina, de Campinas até Ribeirão: com toda essa luz me cegando que nem a “cegueira branca” do Saramago, acabo juntando coisas tão distantes entre elas que no final o que vejo é um verdadeiro patchwork. Bem neobarrocoposmodernofuturista
O problema, em toda essa “juntação” (sei que não existe essa palavra, mas não encontrei uma que melhor ilustrasse o que acontece viajando pela SP 330), é que entre um caminhão e outro e entre uma cidade alienígena e outra só têm canaviais. E mais canaviais. E depois, tem canaviais. É muita cana. Esse é o problema: cana, cidade, cana, cidade, cana, cidade. E depois de Ribeirão, e em volta de tudo, cana, cana, cana...
E tornar a cana algo interessante não é lá uma das coisas mais fáceis no mundo. Com a cana de açúcar se faz açúcar. Com a cana de açúcar se faz combustível. É meio-oeste. E meio-oeste no Estado de São Paulo acabou se misturando, no começo, com o Kansas de Dorothy.
É a fronteira:
boring/kitch/camp/transreal.
É Espaço da Grande América.
Minha Route 66 é a SP 330.
Minha Kalifórnia é tropical e Província-até-Macondo.
Não tem mar, no fim da estrada que, para mim acaba no nada sem lei onde conflitos rurais estão fora de meu alcance. Nada de Hollywood. Faltam mitos & mitologias. Sei lá... “depois” tem bichos exóticos: o Pontal de Paranapanema (pará-pará-pará-pará-pampam!), é terra de Indiana Jones. Um lugar que chama Presidente PRUDENTE é praticamente um alerta que pisca na noite. Eu já não tenho mais idade para tanto esforço físico e sou um pouco covarde, então fico “antes”, pois tenho um pouco de receio em ir até “onde os fracos não têm vez”.
Limito-me ao preguiçoso exercício de “fluxar”. Que acho ser o verbo que encarna a evolução última do “flanêur”, que andava a pé, vadiando, pela cidade moderna. Depois veio a “deriva’ situacionista, feita por andarilhos pós modernos que descobrem as ruínas da modernidade em uma abordagem “waste”, que não é a mesma coisa do trash, esse último envolvendo um ato voluntário de exagero grotesco. O waste é o mundo do que entendemos mesmo como lixo, amontoado de palavras e coisas perdidas no abandono e na explosão de usinas e periferias e cidades superlotadas e minas a céu aberto como nas fotos do Salgado.
E agora, o FLUXO, a observação através da FLUXAÇÃO. O fluxo é deixar que ao waste se una o trash. O resultado é um mapa onírico de “coisas” cuja falta total de sentido, cujo deslocamento con/textual é tamanho que só deixa espaço para as fábulas criadas nesse andar a quatro rodas por uma rodovia que, sem inventar fábulas, seria somente boring, boring, boring.
Depois do pós-moderno, se eu pudesse escolher (com ato canhestro de marketing rasteiro) um rotulo para essa era que o século XXI inaugurou seria “eternal boring”, “fastio eterno”. E as fábulas são o eterno remédio contra o tédio.
Seguindo minhas dicas de FLUXAÇÃO não sentirão mais fastio, nem tédio. E depois disso, o mundo nunca mais será o mesmo. A satisfação é tão garantida que nem devolvemos o seu dinheiro (ninguém aqui é besta!).
Enquanto os dias, meses, estações, anos passavam, eu com eles (ficava passada) ao longo da SP 330, eu vi muitas, muitas coisas acontecendo.
Vocês não imaginam. Não podem nem saber
O QUE BROTA DA CANA.
Mas eu quero, aqui, deixar minha TESTEMUNHA: O QUE BROTA DA CANA É UM BARATO!
SP 330 – melhor conhecida como Anhanguera - entre São Paulo e Ribeirão: uma aventura no Reino de OZ, nos horrores de Stephen King, nas razões reais e materiais da riqueza & da miséria, material como moral e espiritual de um Lugar Incerto e Não Sabido: um recorte casual do interior do Estado de São Paulo. Lugar tão significativo que no Google Earth está com poucas, pouquíssimas, excessivamente raras fotos.
SOU A FAVOR DA PLATAFORMA COLABORATIVA WEB 2.0. Então lanço aqui a primeira pedra (taco uma pedra na cabeça de alguém), alicerce de um futuro cheio de enriquecimentos antropológicos & fotográficos: VAMOS FOTOGRAFAR MELHOR A ANHANGUERA, VAMOS DEIXAR VESTÍGIOS SURREAIS NOS MAPAS!
Com algumas esticadas & repuxadas & desvios por veredas próximas e distantes, como desdobramentos de caminhos insanamente lúcidos rumo Marília, ousando penetrar os exóticos mistérios de Assis e, apesar do risco que isso pode representar para a estabilidade emocional de qualquer ser humano minimamente razoável, até Londrina (nôôôssa, ôia o piriiiigo!!!!).
O QUE BROTA DA CANA.
É um sumo volátil. Não é cachaça, não é combustível, O QUE BROTA DA CANA. É algo que alucina, gente, alucina, porque se não alucinasse, não existiria explicação pelo que encontrei & encontro “fluxando por aí”
ANDAR PELA ANHANGUERA & “ARREDORES” É:
COMO TOMAR A PÍLULA DE MATRIX. Aquela que atravessa o espelho.
COMO ENTRAR NA TOCA DO COELHO DE ALÍCE. E encontrar o País das Maravilhas.
COMO ESTAR EM UMA ÁREA PRÓXIMA DAQUELA QUE PODERIA SER A HOGWARTS TROPICAL. Alguns fenômenos só se explicam se aceitarmos que existem coisas como Curupiras, Berradores e Sacis.
Ainda, O QUE BROTA DA CANA:
1) Não encontrou um Van Gogh tropical, isso é: alguém capaz de interpretar as matizes das cores desse espaço geográfico fortemente simbólico. Tenho alguns “esboços de idéias” sobre essa coisa de ser simbólico, aliás, basicamente é tudo uma grande viagem sobre isso.
2) Não encontrou um Balzac ou um Flaubert tropicais que tivessem a crueldade e a habilidade de contar os pecados execráveis da província local.
3) Não encontrou um Stephen King que relatasse em contos de monstros, horrores & terrores os detalhes d’ O QUE BROTA DA CANA.
4) Não encontrou um Gabriel Garcia Márquez, capaz de aprofundar os mistérios das muitas, muitas Macondos que florescem entre a Anhanguera e o País das Maravilhas/Terra de Oz que por aqui afloram a todo instante.
Exemplos? Dêem uma volta por nomes irresistíveis como Analândia (paraíso turístico do rapazes de Ponta Grossa?), Penápolis (perto de Patópolis?), Batatais (Camp Potatoes?), Delfinópolis (estância serrana de colônias de mamíferos marinos simpáticos e sociáveis? Lugar onde se mudou o oráculo de Delfi quando aposentou?).
Passem ao lado de placas que apontam, sedutoras, para misteriosos lugares que é melhor não conhecer para não ficar decepcionados. Por exemplo: CACHOEIRA DE EMAS, lá em Pirassununga.
Embebedada pelos miasmas do bagaço da cana que o vento carrega para longe da “usina de processamento” (seria essa a evolução do engenho da cana?) para fabricação de ESPÍRITOS, alucinando na frente dos totens de garrafas king size, vejo há dias, meses, estações, anos etc, etc, uma placa rodoviária indicando a saída para
UMA CACHOEIRA DE EMAS!
Dá para imaginar algo mais interessante que isso?
Imaginar uma CACHOEIRA cheia de bichos, cheia de EMAS, que devem fazer um barulho grande, caindo... e de onde vêm o abastecimento de emas? E para onde vão? Têm represa de emas? E, principalmente.... POR QUE NINGUÉM NUNCA DISSE/CONTOU/DESENHOU a CACHOEIRA DE EMAS?
Agora... como tenho medo de fortes desilusões, não vou checar. Vai que os emas se machucam, quando chegam ao fundo, e por isso ninguém conta da cachoeira, é muito sangrenta (e CADÊ o Stephen King tropical?????).
Moral da história... contei minhas descobertas por aí, mas como eu não sou Van Gogh, nem Balzac, nem Flaubert, nem Stephen King, nem Márquez, só posso é dar umas “dicas para viagens alucinantes” para quem quer penetrar de maneira diferente a “Quinta Dimensão” da Anhanguera & Cia.
Serei
o Baedecker do interior,
o Quatro Rodas da margem surreal da rodovia (A terceira margem?),
o google HEART antropo-sentimental
de um espaço inclassificável nas categorias estéticas conhecidas.
Quando eu crescer,
Serei uma “pequena Baudrillard” dos trópicos...