
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
FÉRIAS!!!!!!

domingo, 29 de novembro de 2009
ODE ON A MODERN PLAY STATION.


segunda-feira, 23 de novembro de 2009
O QUE FIZ: MOMENTO AUTOBIOGRÁFICO.
Desde criança gostava de ler: com dez anos era fã da detetive Nancy Drew e dos Pimlico Boys: policiais infantis. Por outro lado, gostava também de Tom Sawyer, Huck Finn e Alice no país das maravilhas. Meus problemas datam dessa época, acredito: de um lado, lia ficção de massa, do outro, literatura infantil canônica. Gostava das duas, mas crescendo as coisas pioraram: lia, ao mesmo tempo, Dickens e Stephen King. Já dizia Hugo de São Vítor que algo acontece, sempre, quando se lê. No mínimo, se aprende a ler. Por isso, como leitora e, por acasos do destino, estudiosa de livros e leitores, aprendi que é errado julgar um livro pela capa. Quando cheguei ao Brasil, há alguns anos, precisava aprender, e rapidamente, a língua.
Sou indisciplinada o suficiente para não agüentar cursos de língua: com fastio penso nas tediosas sessões de “Bom dia, boa tarde, meu nome é...” das aulas de língua, Lembrei-me de como meu inglês “cresceu” durante minha estadia em Amsterdam, com uma bolsa de estudo para estudar latim: já tinha que entender uma língua morta e enterrada e não consegui aprender Holandês. Meu inglês, porém, ficou enriquecido: todos falam a língua, portanto podia me comunicar. Só que falavam inglês bom, e eu precisava estar a altura. Resultado: resolvi ler em inglês. Primeiramente, escolhi livros bem de massa, tipo policiais ou histórias de fantasy sabendo que a linguagem frequentemente pobre não ia me enlouquecer por não entende-la. E, no meu tempo livre, fui lendo.
Não parei, hoje enfrento sem dificuldade Dickens ou outros autores mais “clássicos”, poderíamos dizer. Aqui no Brasil, segui a mesma trajetória: comecei com literatura bem simples e de vocabulário pobre, Paulo Coelho, para ser exata. Também, ao mesmo tempo, lia literatura não ficcional para meu doutorado. Uma tese sobre modernismo brasileiro, que me “arrastou”, já na época, pelo mau caminho da leitura dos documentos literários, ao invés de me dedicar aos estudos teórico e às pesquisas existentes sobre essa literatura.
Não parei e não vou parar de ler “bobagens”, pois elas são altamente reveladoras dos públicos leitores e, vivendo no mundo atual, me permitem algumas referências comparativas com outros públicos. Considero-me privilegiada por conhecer alguns autores considerados canônicos, e desejaria que mais pessoas os encontrassem sem intermediações. Desde os vinte e cinco anos meu work in progress é a leitura integral da obra de Zola, autor que pertence ao “cânone” literário universal, mas de sua obra se encontram poucos títulos traduzidos com facilidade.
Ainda, me cimentei com Dostoievskij: comecei pela história de Natalia Niesvanova, pois sabia que havia “rumores” sobre a relação homossexual da protagonista com a princesa Marina, mas queria saber mais. Li Crime e Castigo, com o qual ri sozinha no meu lar e do qual marquei páginas e páginas com anotações. Aos poucos, fui me interessando cada vez mais no desenlace do encontro entre o “cânone universal” e a literatura lusófona. Deparei-me com o século XIX, de Eça de Queiroz para o litoral brasileiro, encontrando Júlio Ribeiro, Aluisio de Azevedo, Adolfo Caminha.
Cada vez mais preciso saber o que está impresso na obra citada em determinado artigo ou livro. Se não fizer isso, me sinto como se estivesse falando do que não sei e nunca vi, sempre às ordens da palavra alheia, à qual confiro por obrigação uma autoridade acadêmica. Mas, mais medieval do que nunca, reconheço essa autoridade somente no ato de minha apropriação da leitura: não somente concordando com o crítico ou estudioso, mas também discordando dele, ato tão profundamente acadêmico quanto mais embasado na leitura e no estudo.
sábado, 14 de novembro de 2009
SOBRE O SEXO DAS ESCOVAS DE DENTES.

Vi uma publicidade de uma escova de dentes da Colgate.
Já que estou envolvida na elaboração de um ensaio acadêmico de máxima & absoluta seriedade, era óbvio que minha cabeça ficasse divagando, perdida atrás do simbolismo de duas escovas dentais conversando tranquilamente na tela de minha TV.
Já está assumido que é normal ver escovas de dentes falantes.
Isso é preocupante?
O que me assusta destas duas escovas de dentes animadas é que elas não estão atuando como duas personagens infanto-juvenis, mas para um público adulto.
E meu ensaio acadêmico hiper-mega-ultra profundo & erudito sobre a memória do passado, do presente e do futuro foi definitivamente derrotado pelo interesse em mim suscitado pelas duas escovas de dentes.
Oh, tempos de costumes ingratos, onde ao severo trabalho do erudito se substitui assombrosa a peça publicitária mais escrotinha dos últimos tempos!!! Reparem, aqui, como parece de verdade meu desespero em relação ao ensaio derrotado por novos & BEM mais dignos temas...
A publicidade em questão é escrotinha porque me ofende em dois pontos, sem que reparemos muito sobre o porque, enquanto a alegre paleta de cores escolhida para essa animação de poucos segundos nos remete às cores de brinquedos infantis:
1) No tratamento infantil reservado aos compradores do produto que, pela conversa explícita, tão crianças não se imagina que sejam.
2) Nos estereótipos sexistas que as duas escovas engendram.
A publicidade: duas escovas, uma vermelha, mais baixa, com formas no cabo que remetem a um corpo com curvas, voz feminina, dá uma cantada barata na segunda escova, branca com pontos de cor, mais... “ereta”, voz masculina. Uma escova “varonil”. Se inclinando para a escova macho, a escovinha vermelha, que chamarei de RED, aproxima seu busto e começa e tecer elogios das virtudes atribuídas ao macho de plástico falante, que chamarei NERD. Esse estranho espécime químico/plástico, o Nerd responde, com efeito com voz de nerd, mostrando a “solidez” da fama, explicando que, sim, ele limpa e protege muito, mas muito mais cuidadosamente contra as bactérias. Enquanto isso, na tela se pode apreciar o movimento de “cuidadosa limpeza & higienização” de uma cavidade oral. A “peça” se encerra com a afirmação da escovinha sexy RED de que ele realmente alcança todos os pontos...
ATÉ CHEGAR LÁ, ONDE NENHUM HOMEM JAMAIS ESTEVE?????
Ora, pois. Ora, pois.
Espera-se que a animação, com essa “carga erótica” embutida não fora pensada com o objetivo de alcançar um público infanto-juvenil.
Seria, aqui, redundante, explicar que um tipo de publicidade assim é sexista na medida em que, para lá o jogo de paquera, saudável atividade, as duas escovas codificam “mitos” sobre forças e fragilidades.
A escovinha Red é uma pequena mulher de plástico enfaixada por um vestido vermelho, que não remete exatamente a um ambiente de escritório. Ela desloca seu “rostinho” de cerdas, talvez traindo a idade acima dos 40, não é voz de menina, e suas cerdas estão um pouco gastas.
Pobre sexy Red, que já se dispõe à resposta mais Nerd de todas, enfastiante, sem brilho, digna de um engenheiro acostumado ao lado prático das coisas, ela olhando com seus olhinhos azuis para frente e para cima, enquanto o amigão Nerd, em sua altura melhor, acaba dando uma espiadela nos peitinho da plástica Red, ele, que deve ter passado boa parte da sua vida lidando com máus álitos, barriguinha, futebol & cerveja (Nerd também não é mocinho...). Nerd explica o que sabe fazer. Sem poesia. Do alto de sua “hombridade”.
Não estou brincando, essa publicidade é de um sexismo incrível, e se for para gente “adulta”, me poupem da metáfora e coloquem atores em carne e osso, que meu cérebro derrete, na frente dessa meleca animada.
Claro: dessa maneira a Colgate fixou seu produto em alguém. Não em mim, pois não lembro do nome do Nerd.
Não quero um mundo politicamente correto, mas estou um pouco entediada pelo fato de não me reconhecer nas representações que de certas idéias do feminino bem marcadas por aí.
Quero dizer, se a publicidade é a representação de sonhos e desejos de consumo mais ou menos induzidos,
O QUE ACONTECE COM AS PRIVADAS????
Quero dizer, contem o numero de vezes que passam publicidades em que mulheres desesperadas recebem visitas inesperadas em seus lares. Pode ser uma verdadeira equipe de fiscalização televisiva vestida de jalecos brancos ou uma atriz, ou a criança da vizinha que resolveu atualizar o dito sobre a grama do vizinho que é sempre mais verde pela versão o banheiro da vizinha é sempre mais limpo.
Todas essas visitas são acompanhadas por um pedido assaz estranho: posso ver seu banheiro/sua privada? Eis a primeira estranheza: POR QUE toda essa gente quer “ver” a privada, que já se tornou, assim, lugar de sociabilidade extrema?
A resposta não é simples: os banheiros dessas pobres mulheres são imundos, fedem, precisa de escafandro de proteção, para se aproximar deles... Por que cargas de água toda essa gente tem esse desejo perverso????
REALMENTE OS GÊNIOS DA PUBLICIDADE SÃO TÃO ALIENADOS QUE ACREDITAM QUE MEU SONHO DE CONSUMO DEVE SER OBTER A PRIVADA MAIS LIMPA DA HISTÓRIA?
O QUE SE GANHA, COM ISSO? ALGUM NOBEL?
E, principalmente, a dúvida:
POR QUE NENHUM HOMEM ESTÁ ENVOLVIDO NA TAREFA DE ENCONTRAR
UM PARAÍSO
NA PRIVADA?
Volto ao meu ensaio erudito...
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
ANHANGUERA MON AMOUR: É PARAÍBA!
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
PARADOXOS & ABSURDOS DAS LEIS DA BÍBLIA...

Sei que discutir de assuntos religiosos é um tema bem delicado, mas ando muito confusa, com as pessoas que fazem declarações sobre o que é "moralmente" certo ou errado, com base em uma seleção de trechos bíblicos que, cada dia mais, me parece aleatório.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
FOLHETIM: JOGOS INSENSATOS (cap.3)

E começa um jogo que B não sabe se e quanto sabe jogar, é como pisar em areias movediças e é notório que areias movediças não são gelatina colorida para crianças.
B senta na frente de A, sobre um banquinho baixo, as pernas abertas, e começa a provocá-la, perguntando o que ela quer.
Errado.
Não é assim que A quer que B jogue. Então, A intima B para tirar a roupa. Não a toca. Sentada, só a olha. B está nua na frente de A, nua e crua como a verdade, sem disfarce algum, e quer baixar seus olhos. Mas já não é tempo para pudores, falsos ou verdadeiros que sejam. Escolher brincadeiras assim impõe uma manutenção pouco comum das emoções. Será B uma trepidante donzela desamparada? Não, jamais! B resolve bancar a mulher vivida e sem vergonha. A olha para B, em silêncio, bebendo mais um pouco de vinho, depois a leva para o quarto. Explicando que agora vai amarra-la. Vai amarra-la e tampar sua boca. B vai ficar em seu poder. Não conseguirá se soltar, não conseguirá falar. Enfim, tudo bem, já que estão nesse ponto, continuam em frente, certo? B confessa a si mesma que não, não se sente particularmente excitada, está mais é curiosa. Em silêncio, A pesca de alguma gaveta um emaranhado de cordas. Aos olhos de B, parecem quilômetros de cordas. Muitas cordas mesmo. B começa a pensar que vai ficar que nem um roast-beef inglês, com todas essas cordas. Claro, pensa B, e depois vai me temperar e por no forno. B já não consegue mais levar o evento muito a sério. Sua bagagem literária refreia uma risada. Na verdade, B não sabe muito bem até que ponto A se dedique realmente a essa estranhas práticas ditas sadomasô. B considera que não deve ser muito experiente. A tal de experiência literária avisa B que se encontra no meio de uma brincadeira decadente, e não em um romance erótico do século XVIII. Enquanto isso, A já a prendeu, e B não consegue se mexer. Nem falar. Nem se desamarrar. A levanta, diz que está com sede, e deixa B deitada, sozinha debaixo de uma luz bem pouco aconchegante. Volta e começa a acaricia-la. B se sente estúpida. Por traz de tanta cenografia, olha o que encontrou: um sexo baunilha da pior espécie! B fica parada, nem saberia como reagir, ainda bem que está amordaçada, assim a risada não pode sair, ainda que tudo isso não passe de uma grande bobagem, não há razão para ofender A em seus gostos e preferências. Que, definitivamente, não são os de B.
Sexo baunilha com uma mulher amarrada desse jeito, fala sério! Vai ver algo transparece do olhar de B, de sua postura. Não demora muito, A também desiste. Começa a desamarrar B, os olhos baixos, um incômodo evidente nas palavras que saem de sua boca, meio atropeladas. Escuta, diz A, acho que não vai dar certo. Acho, diz, que é melhor deixar pra lá, você é uma mulher inteligente, e é melhor ficar por isso mesmo. B levanta, se veste e, em cinco minutos, já está do outro lado da porta, rumo ao carro dela.
Enquanto dirige, aliviada, para casa, B pensa na ingenuidade desse mundo, na ingenuidade de A, na curiosidade mais que satisfeita.
Pensa naquela tatuagem com o nome de C, marcando para sempre aquele braço e começa a rir, a rir, sozinha, noite adentro.
THE END!
terça-feira, 6 de outubro de 2009
FOLHETIM: JOGOS INSENSATOS (cap.2)
Meia hora depois estão no lugar de A, um apartamento aconchegante. B, sentada no carpete, sinal de disponibilidade e submissão: está mais embaixo. A se senta no sofá, descalça.
A, safada, saca espelhinho, cartão de crédito, enrola uma nota de dez e mostra que tem nariz poderoso com o tempero. O aplomb de B é total, enquanto aguarda sua vez. O papo flui legal, livros, filmes, tudo que permite driblar os pedregulhos das intimidades, desagradáveis percalços no caminho da diversão.
Duas taças de vinho depois, doze litros de água depois, destemperando os resultados das atividades das membranas olfativas na fumaça downer de um matinho fragrante e perfumado, A encara B de frente.
Diz, faz tempo que quero te perguntar: topa um sexo sadomasô comigo? Sabe, penso nisso quando estou com C e quando estou sozinha, e estou cansada de pensar. Quero saber como seria com alguém como você
B consegue manter o rosto imperturbável. Como se todos os dias enfrentasse situações do gênero. Sim, claro, pensa B, levanto toda manhã, sabendo que vou encontrar meninas que vão me perguntar: hei, você, topa um sexo sadomasô?
Hã.
Claro. E o que, exatamente, significa: “alguém como você”? Como assim, como ela?
Claro o cacete, há muito nem sequer B recebe propostas de beijo na boca, que sexo sadomasô que nada! Quero dizer: não é a proposta que provoca um bloqueio à altura do diafragma, que se não tomar cuidado, B engasga e cai, fulminada, mas disfarça com o mesmo aplomb acima citado.
Até parece, que B é ingênua, quando vê uma moça cheia de piercings e tatuagens. O problema do susto é, com efeito, a tatuagem com o nome de C no braço. Por que cargas de água, se pergunta B, alguém que tatua o nome da namorada no braço vem me fazer uma proposta dessa?
Melhor não perguntar, evitando, assim, o risco de respostas indesejadas.
B sorri um sorriso de serial killer e enfia a cara na taça de vinho, ganhando tempo.
Oh, dúvida cruel! Topar e poder ficar com A, essa mulher maravilhosa em uma situação escabrosa, ou se negar e ficar só com água na boca? A carne é fraca, bem se sabe, e é fundamentalmente verdadeira aquela frase da sábia amiga D, que diz que “puxa mais um pentelho do que uma parelha de bois”.
B muda para um sorriso que espera sedutor, e fala com sua melhor voz roca que: sim, claro que topa.
sábado, 3 de outubro de 2009
FOLHETIM: JOGOS INSENSATOS (cap.1)

A ficção, mais uma vez, me espanta & me encanta.
Escrevi mais um conto, e testei se funcionava, literariamente falando, propondo sua leitura a várias pessoas amigas.
Mais uma vez, a FdP recebeu perguntas desnecessárias (já que avisei tratar-se de um conto, de ficção pura e simples, de invenção, de produto de fantasia) sobre o quanto constava de verdadeiro nele.
Resultado: estou preocupada com o que será de minha reputação “publicando” essa INVENÇÃO no Blog.
Por outro lado, porém, declaro-me muito satisfeita em perceber o poder de VERACIDADE de meus impulsos literários: com efeito, a curiosidade um pouco “perversa” das perguntas recebidas me faz pensar que não está mal escrito, se todos os leitores, até agora, ficaram na dúvida sobre alguém realmente ter vivido essa historinha...
Gente, é sério, nada de pensar que um conto, que nem chega a ser erótico, seja mais verdadeiro do que, sei lá, “O senhor dos anéis”, em que todos os machos se matam para botar um dedo no anel (no filme todos têm mãos sujas e unhas quebradas... Nojentinhos...), somente porque ambientado em lugares que poderiam ser nossas casas ou porque algumas situações são plausíveis...
FUI CLARA? Fiction is fiction, e não aceito censuras, pois
QUANDO EU CRESCER, SEREI UMA ESCRITORA CAPAZ DE VIVER DE SUA ESCRITA!
CONFESSO: Um pouco fiquei brava, com essa “abordagem” de leitores querendo saber quem é quem e quem fez o que... se esse conto estivesse em um livro com escrito na capa “contos” ninguém ficaria me atazanando...
JOGOS INSENSATOS (cap. 1)
Eu gosto, disse A, de torta quente de maçã com sorvete.
Eu não, respondeu B. Gosto deles separados: torta de maçã de um lado, e sundae do outro.
Por que separados? Pergunta A.
Para que desenvolvam ao máximo suas potencialidades antes de se juntarem em mim, responde B.
A ama C. B se finge solidária, bancando a cruel. Mesmo porque parece tudo uma grande brincadeirinha. B faz santinhos, rezando pelas palavras abandonadas e os livros abandonados. Reza para que C não caiba no dia nem na noite de A.
B está entre a Maga Patológica e Cassandra, a Infausta, enquanto dispensa conselhos sentimentais baratos e oferece seu ombro desnudo para as lagrimas de crocodilo que despontam nos olhos de A. Finge ficar fora do caminho, com a evidente má vontade de quem não tem a menor intenção de ficar de fora do caminho. De regra, B não gosta de mexer com quem se apresenta “em forma de casal”. Mas A está dando um mole danado para B, e B está em abstinência há um tempão. Não é que, pelo fato de trabalhar com as palavras, arranjando-as para ganhar seu pão, a carne de B tenha sumido. As palavras são, para B, tudo. O que seria de B, sem palavras? O alfabeto é uma máquina com menos de trinta sons que, combinados, compreendem o universo inteiro e determinam sua existência.
Se B pudesse esbanjar tempo e riqueza...
Provavelmente seria um macho alfa.
Porém, B não tem riqueza. Porém, B não perde seu tempo.
B é uma mulher pragmática, mas ainda vive sua vida como se o que faz pudesse sobreviver ao dia em que foi feito. Bobagem. “Esse pensamento se auto destruirá em trinta segundos”.
B faz pelo menos três coisas ao mesmo tempo: olha para A; levanta seu copo de cerveja; considera como sua vida ande se esgarçando, tornando visíveis trama e urdido.
B se sente síntese, santa encenação das indesejadas felizes de sê-los. Das que brincam sozinhas e acompanhadas, mas sempre brincam com seriedade e afinco.
B gostaria de organizar uma procissão com velas, cantos e musicas desafinadas e incompletas. B está sujeita a ser excomungada, processada, castigada. Sabe que deve se policiar, pois está com vontade de gargalhar em voz alta, sentar de pernas abertas em público e comer, falando alto e xingando sem vergonha, invocando as piores divindades com oferendas de álcool, drogas e diversão.
Eis a pergunta que se cala, quando, subindo do plexo solar esbarra no paladar de B: Por que você, A, está aqui, sentada comigo, falando da outra que te traiu?
Escuta, diz A, está a fim de temperar a noite?
Por que não, responde B, gosto de temperos e especiarias.
Então, vamos para a minha casa, propõe A. Tenho temperos gostosos.
Que tal pararmos para comprar um vinho? Sugere B.
(To be continued...)
domingo, 27 de setembro de 2009
POETICA/MENTE
domingo, 20 de setembro de 2009
PERDI TODO O JUÍZO/ESTOU FORA DA GRAÇA!!!!

Bom, estou atrasadíssima, com a postagem dessa semana. É que nem sempre a gente consegue se concentrar no que é fútil & inútil... E essa semana coisas "da pesada" aconteceram.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
DIARRÉIA ACADÊMICA.
Algumas “notas acadêmicas anarquistas”. Não, não no sentido da história do anarquismo, ou o anarquismo na literatura, não. Anarquistas no sentido de não quererem se constituir como corpus que pertence a um campo. Se eu escrevo sobre literatura brasileira, não deveria eu ter um “repertório” teórico, possivelmente atrelado às Letras, como Estudos literários / Teoria do romance / Semiótica literária? Ou, de repente, descobre-se que meu campo de pertencimento é, em sentido curricular, de vertente mais histórica, então: não deveria eu estar a par de todos os repertórios teóricos e linhas de trabalho e de pesquisa da história econômica, social, de gênero, colônia, império e debate teórico? Acredito que sim, se eu quisesse definir, colocar uma fronteira ao meu objeto de estudo nesse texto. Mas, por acasos da vida, que não vêm aqui considerar, minha especialização é em assuntos gerais (e, freqüentemente, aleatórios), amplos e irrestritos, uma verdadeira orgia enciclopédica na qual, às vezes, paro e penso: sei muito, nada muito bem. E aí, recomeça a busca de aprofundamentos, mas sempre em assuntos gerais: de repente, uma necessidade de entrar em uma livraria. Em geral, escolho as estantes das Ciências Humanas: filosofia, sociologia, história, comunicação, estudos literários, antropologia são, por mim, cuidadosamente exploradas, em busca de algo “esclarecedor” sobre a minha última leitura. E quando encontro, aí está uma nova dúvida, e o ciclo recomeça, até uma nova crise de terror em que minha vacuidade me assombra... Nas palavras de Machado: “Meu nome é Veleidade”, enfim aqui vou eu, d. Benedita do século XXI. Oriunda de um mal estar acadêmico que me persegue desde que comecei a enxergar alguns mecanismos perversos da universidade, que já está no limite de sua explosão, mas que nunca explode, porque descubro que, em todo seu mecanismo infernal, dilacerada pela dúvida se o intelectual deve ou não ter patrão, em um mundo de Mercado, com a decadência do setor público, ainda assim, essa academia resiste, porque suas fundamentas foram se estabelecendo em um mundo e em um meio que se caracterizava por ser intelectual e por deter uma fatia interessante de poder, a Igreja do mundo medieval. As etapas, as hierarquias da carreira acadêmica se traduzem em práticas nas quais a modernização não teve sucesso. Por sua natureza, a Universidade é anticapitalista: quando a academia nasce, nasce como centro intelectual oferecido pelos mais tenazes concorrentes do lucro: os teólogos medievais, personalidades que teorizam a busca do conhecimento de Deus como aspiração suprema. O lucro é discutido, nas salas universitárias, somente em relação ao pecado e à salvação. Ser professor universitário, nos tempos áureos da Escolástica medieval significa ter status, influência e, portanto, poder. Poder “social”, não “político” (a política, na Idade Média, não é um espaço identificável com seu desenvolvimento moderno), não econômico. Horizonte medieval que sofre os golpes do mundo mercantil na baixa Idade Média. As exigências do mundo urbano transferem demanda nova ao conhecimento: muitos são os estudantes que encontram nas instituições os princípios, fundamentos teóricos de suas práticas (Certeau), especialmente nos estudos desenhados por Hugo de São Vitor já no século XII. Ele estruturou um novo curriculum que, além das tradicionais artes do trivium (gramática, dialética e retórica) e do quadrivium (aritmética, música, geometria e astronomia) incorporava também as exigências “práticas” do mundo mercantil e urbano: as artes mecânicas (fabricação da lã, armamento, navegação, agricultura, caça, medicina, teatro). Como se vê, a universidade nunca perdeu a prática de refletir sobre as necessidades dialéticas do conhecimento. E este, é o lado bom da tradição. Infelizmente, a academia herdou alguns “problemas”: muitos de seus representantes pararam de pensar em seu papel na sociedade, restringiram seus objetivos à repetição do que já existia, sem a capacidade de corresponder dialeticamente às exigências da sociedade. No mundo medieval havia muita clareza sobre o que é pecado. Todos são pecadores, alimentam as chamas do Inferno, alguns se arrependem, e vão ao Purgatório. Poucos chegam diretamente ao Paraíso. E os pecados capitais são sete, como sete são as virtudes. Ninguém escapa desse esquema, é base reguladora e medidora das relações sociais medievais. É a partir da elaboração dos conceitos de Pecado e de Salvação que se eliminam os inimigos. Então, quem mais os conhece, os teólogos, os estudiosos, se propõem a decidir o “certo” e o “errado” no mundo. Para isso, na universidade medieval, corre-se o risco de pecar por vaidade e orgulho, pecados que não fazem bem ao curriculum no dia do Juízo. Por outro lado, geralmente a relação comum entre estudantes e professores se dava em sala de aula, em um espaço específico dessa “rota” do poder/saber: infelizmente, o que a história da cultura e do saber considerou esquecível, a própria história é obrigada a lembrar nas punições daqueles que foram dignos do Inferno de Dante, não com os espécimes punidos pelo pecado do orgulho, mas sim como sodomitas e hipócritas: os professore universitários. Lembremos que o acesso aos estudos universitários era limitado aos homens. O panorama do saber, portanto, no que é academia da baixa Idade Média e no Renascimento, é criticado. Todavia, os críticos pertencem às suas fileiras, ou pelo menos, nelas se formaram. São a primeira leva de humanistas, seguidas pelos intelectuais do Renascimento e do Estado Moderno.
A universidade formou pensadores do Estado Moderno, ou seja: os inimigos da Idade Média e de suas estruturas do antigo regime: mas ela própria, insigne representante dessa Idade Média, sobreviveu e se reformou, mantendo a base nas características discursivas e nas práticas intelectuais anteriormente estabelecidas. Os debates atuais apontam para uma derrocada rápida de alguns baluartes da sobrevivência de uma autonomia intelectual, pela qual as Universidades lutaram na Idade Média: não haverá espaço, no Mercado para se pensar sem “tutela” patronal? Quem exercerá, nessa situação, a crítica necessária aos poderes, não só pela sua derrocada, como pelo seu sucesso?
As crises não são somente materiais: faltam recursos, ou melhor: o mecanismo para obtê-los é viciadosábado, 5 de setembro de 2009
EM TEMPOS DE CRISE...
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
FOLHETIM EM UM CAPÍTULO SÓ.
Sábado, noite. Está na hora de ir, sair, se divertir. Mulheres, me aguardem, pensa na frente do espelho. A cidade é um território de caça. As mulheres estão lá fora, só precisa se arrumar com a roupa certa para a caçada. Arruma o cabelo, parece um iguana, com a crista cheia de gel, piercing nas orelhas, piercing no nariz. Parece o cow-boy da terra de Marlboro. Parece, parece, até parece. Camiseta branca, manga curta, enrolada, tatuagem a vista no bíceps, calça jeans e botinas, ultimo controle, um beijo para si mesma e a porta se fecha, deixando os medos em casa. De alma mais leve, na calada da noite.
A bicicleta entre as pernas, pedala rápida, excitada. Só mulheres, mulheres, já se imagina cercada por figuras etéreas, elegantes, vozes e risadas, perfumes e curvas. Chega logo, chega logo ao local. Nome do local: “O interior da Picanha”. Tosco, eu sei, mas fazer o que?
Quer mulheres que te querem?
“O interior da Picanha” é onde elas estão. Coisas da cidade. Pouco românticas na aparência, espera-se melhoras na substância Afinal, não é o nome que importa, certo? Desce da bicicleta. “O interior” está aberto, um fio de fumaça já alerta que os espetos estão no fogo. O cheiro é enjoativo, verdadeiro filé miau, mas a brisa está a favor de quem encosta no balcão. Lugar vazio.
A moça do bar: novidade que sorri e coloca um chopp na sua frente. Olha em volta: ainda é cedo, espera-se que a amostra não seja significativa: uma mesa ocupada por um grupo de bulldykes já no numero X da cerveja. Risos roucos de cigarro. Bem que ela um pouco as inveja: elas arrasam com as héteros, que tão héteros não devem ser, mas aí, também é muito complicado, para seus sonhos, ficar pensando em tudo isso... Ela só quer um corpo quente que queira se sentir melhor junto ao seu.
Mais um chopp, a garçonete novata sorri e oferece um cigarro. Distraída, agradece, enquanto checa a entrada. Algumas conhecidas, sorrisos distantes, e aquela moça, puxa, acha que um dia a paquerou, mas nunca esteve tão certa, então não arriscou e agora a moça namora a Fulana que já foi namorada da Beltrana... Tristeza, nada de novo. A musica também não ajuda, meio óbvia e lamurienta, com expressões requentadas, e nada requintadas, de dores infindáveis de cotovelos.
Mais um cigarro, mais um gesto distraído para a novidade no serviço: moça linda, de sorriso aberto, profissional no trato, super fashion... deve ser a namorada de alguém, pensa, a máfia lésbica da cidade não deixaria uma belezoca assim trabalhando nesse lugar sem “proteção” especial, alguém ciumenta e grande em tamanho deve estar vigiando. Uma namorada que regula os sorrisos e os papos possíveis. Ufa.
A noite de tanto entusiasmo já não é mais a mesma, parece que os vapores grudentos do filé miau já impregnam até pensamento. Pensa: “gracinha”. Pede: mais um chopp. Só pelo gosto de vê-la se mexer, de sentir a sua atenção, sobre a pele. Ainda que profissional. Ahi ahi, a noite não está com nada, era outra idéia, de encontrar um milagre...
Mas um milagre no “Interior da Picanha”, bom, somente nos sonhos, e esta é realidade, esta é a cidade, e a musica é de beber mais e as mulheres já estão acompanhadas, e as que não estão, meu deus, nada a ver com ela, não gostaria de encontrá-las sozinha em um beco escuro... Por quanto atire poses de moderninha, ela é nativa da cidade, o que implica em uma dose maciça de idéias muito erradas sobre quanto a aparência coincide ou não com a realidade, como já deveríamos ter entendido na identidade entre o nome e o ambiente desse barzinho chamado “O interior da Picanha”. Como dizia o Barão de Itararé, de onde menos se espera é de lá que não vem nada... Um dia vai aprender, mas não hoje, não, hoje só queria... mais um chopp. E já perdeu a conta, a cabeça fica leve e um certo enjôo já toma conta do aparelho digestivo. Levanta os olhos e “gracinha” sorri, compreensiva, e coloca um copo gelado de Coca e limão na sua frente.
Maravilha de profissional, pensa, ligada sempre no freguês. Com os olhos semi-cerrados para governar os chopps que ameaçam subir até as orelhas, admira o gingado da moça que se afasta lépida em direção oposta. “Gracinha” é bonita sim, quem será a sortuda que atualmente governa e/ou é governada por tanta graça?
As horas passam, talvez transitem, mas nunca vão voltar e, aos poucos, o lugar se esvazia. Só sobram ela e as garçonetes, que retiram mesas e cadeiras, que trancam as portas e desligam as luzes. Encostada no balcão, pergunta-se como conseguirá manter a dignidade no momento em que abandonará o banquinho que a sustenta. Aliás, quase quer perguntar se pode ficar aí para dormir. Percebemos, aqui, o quanto está bêbada, não consigo imaginar como vai pegar a bicicleta e chegar em casa, parece que “gracinha” também tem as mesmas minhas dúvidas, as nossas dúvidas e, com aquele gingado, com aquele sorriso, uau, se aproxima e a segura pelo braço, enquanto a ajuda a seguir pela porta. Ela se apóia, bêbada, oh, quão bêbada está, sente o calor de “gracinha”, que tem um carro, portanto sabe dirigir, mas não pergunta para onde, e dirige na noite da cidade, e ela quer que isso não acabe, ah, está muito bom, o vidro aberto, o ar, se sente bem melhor. Mas isso acaba sim, senhoras, e chegam, e nós com elas, à casa de “gracinha”, é escuro e não consegue ver como é a casa, deve ser bonita, mas só quer um Sonrisal, uma água tônica e deitar com ela ao seu lado.
Estranho é que não chega a dizer nada disso, pois tudo está acontecendo desse jeito. Como: “está acontecendo”, nem falei, mas ela está tirando minha roupa, pensa, e eu estou tirando a dela, e esta pele macia, e este sabor gostoso, e suas mãos que buscam, e minhas mãos que encontram, e de repente, feliz e satisfeita adormece e esquece.
Manhã. Abre um olho, abre o outro e não sabe muito bem onde se encontra. Mas seu esquecimento é rápido, já voltou tudo e enquanto tudo volta, “gracinha” acorda e sorri, a beija, levanta e faz o café. Com a bandeja na mão, chega, muito profissional e, sorrindo, pergunta: “Aposto que você nem sabe meu nome, não é?”.
Ela baixa o olhar, o sangue sobe às faces e, em um sopro, responde: “Não”.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
O GRANDE ESPETÁCULO.
Senhoras e senhores:
Tomai seus assentos. Em seus sofás ou poltronas favoritos. No banco do parque ou na cadeira da praia. Muni-vos de suas bebidas preferidas, chá, café ou cerveja que seja. Preparai-vos um prato com seu lanchinho gostoso. Dêem-nos seus olhos e seus ouvidos. Porque esta, senhoras e senhores, é a assustadora & tenebrosa
MULHER QUE MORRE TODA MANHÃ.
Sua execução sempre é marcada no mesmo horário. Pela manhã, às 5, como todos os dias, os guardas destrancam a porta de pesado metal. Ela vai ouvir o ruído da tranca pela última vez, mais uma vez. Será levada para fora, dois homens na frente, dois homens atrás, marcando seus passos como uma marcha temperada pelo tilintar das correntes.
As mãos acorrentadas, os pés acorrentados, rumo àquele muro onde todo dia, há mais de um século, seus olhos são vendados. Depois, com uma ordem seca, os fuzis disparam. Ela cai, devagar, até não existir mais.
O corpo será recolhido em uma maca estreita, coberto por um lençol e levado de volta à cela. Cela onde, com o por do sol, abrirá novamente os olhos. De novo, ao anoitecer, os guardas levam uma bandeja de comida farta, sua última ceia solitária. Mais uma vez, será a última.
Senhoras e senhores, não tem truque, hoje o grande circo elétrico vais mostrar novamente todos os passos dessa mulher. Um reality-show de grande sucesso: na cela várias câmeras permitem que vocês observem todos os movimentos da última noite dessa condenada. Com o simples gesto do controle remoto interativo, vocês podem aproximar detalhes ou manter uma visão mais geral do espaço.
Podem observa-la enquanto conta as horas que faltam para sua execução. Podem concentrar seus olhares sobre o cobertor puído, ou sobre as trincas do piso de concreto. Se preferirem, podem se deleitar com as grades enferrujadas da janelinha pela qual ela não pode olhar, pois é alta e estreita. O beliche onde ela deita range, e com o ajuste do áudio vocês poderão até criar uma atmosfera sensual. Tudo é possível, nesse nosso maravilhoso circo elétrico.
Público gentil, talvez vocês se perguntem: qual é a razão dessa mulher ser incapaz de morrer? Muito bem, estamos aqui desejando sua diversão e tranqüilidade, e é com grande prazer que respondemos a essa sua pergunta. A razão dessa maravilha reside em um fato simples e, todavia, de grande complexidade. Essa mulher possui certificados de imortalidade assinados pelos maiores luminares da ciência e da medicina, membros das Reais Academias científicas de Noruega, Suécia e Dinamarca. Mas também de Lichtenstein, de Andorra e Monte Carlo. Todos os estudiosos, cientistas e médicos concordam: essa mulher não pode morrer porque ela, senhoras e senhores, é uma aberração da natureza, uma criatura única. Ela, senhoras e senhores, possui uma pedra no lugar do coração. Pois bem, público estimado, onde vocês poderiam ver criatura tão monstruosa, mulher sem barba nem bigode, de aparência comum e, ao mesmo tempo, tão incrível e digna de exposição aos olhares do mundo, aos seus olhares, pela misera quantia de uma mensalidade irrisória? Sim, senhoras e senhores, aproximem-se às suas telonas e telinhas portáteis e observem, mais uma vez, a mulher do coração de pedra, que morre todo dia por não possuir um coração de carne, cuja condenação é sobreviver todo dia à mesma morte. Não, senhoras e senhores, não cubram horrorizados os olhos de seus filhos, pois esse nosso espetáculo grandioso é levado até vocês como uma preciosa lição cheia de moral para rapazes e raparigas, para adultos, crianças e idosos: uma mulher com uma pedra no lugar do coração só pode ganhar sua vida nesse fabuloso mundo do circo elétrico, graças aos seus olhares curiosos e suas generosas carteiras. Uma mulher com uma pedra no lugar do coração só pode viver morrendo por vocês, hoje, amanhã, pelo resto dos tempos.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
ANHANGUERA MON AMOUR: FRANCA NÃO É FRANÇA!


quarta-feira, 12 de agosto de 2009
ANHANGUERA MON AMOUR: ZOOLÓGICO GLOCAL
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
UM PEQUENO PASSO PARA A HUMANIDADE, UM PASSO GIGANTESCO PARA A FdP.

terça-feira, 4 de agosto de 2009
ANHANGUERA MON AMOUR: MICHELANGELO PERDIDO

